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NÃO MATES O TEMPO
Não mates o tempo
Mata o tempo e matarás a tua carreira,
Olhas à tua volta, não tens nem eira nem beira,
O tempo não se mata, vive-se vivendo,
E se não o quiseres viver, não vives vais morrendo,
Queimas o teu tempo a olhar para o vazio,
Não sentes nada por ti, não tens esperança nem brio,
Depois entras numa grande frustração,
Começas a ter inveja que te corrompe o coração,
Queres destruir alguém para teres um semelhante,
Ficas satisfeito, não estás sozinho, ficas delirante,
Por teres companhia na tua desejada desgraça,
Mas continuas a matar o tempo que por ti passa,
Sem pensar que viver assim não é viver,
Não ocupes o lugar de outro que está para nascer,
E com o viver de outros aprende a ter esperança,
Não mates o tempo que é teu com ele avança,
Para a vida que te deram sem pedires,
E já que aqui estás vive sem desistires,
E assim não matas o tempo que é teu,
Que alguém com todo o amor te deu,
E olha para ti com estima e serás compensado,
Mais vale não ter inveja do que ser invejado,
E assim recuperas o sorriso que te pertence,
Vivendo o teu tempo que não te vence,
Sem o matar mas sim amando para ser amado,
Pensa que não vale a pena, a ti próprio seres negado,
Só se vive uma vez e o tempo não volta atrás,
O que passou, passou, o tempo nunca morre,
Passa por ti oferecendo-te todos os momentos,
Para viveres com os teus pensamentos,
Indo sempre ao encontro do teu destino,
Pensando sempre que valeu a pena ser menino.
Tavira, 23 de Maio de 2011-Estêvão
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