CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Nada

É preciso crer, Anjo da Morte,
que tu não me tardes.
Que as pílulas que retenho
venham ser a definitiva chave
para a paz,
que as fugas sempre me deram.
E crer é preciso,
que na escuridão do Nada,
encontrarei o breu que ocultará
o fogo-fátuo das teimosas decepções
que substituem as esperanças teimosas.
O escuro do Nada eterno,
em contraponto à claridade
das mesquinhas paixões
que o mundo a todos obriga,
no eterno e insensato compasso
de querer, sem que se saiba porque se quis.
É preciso crer que findará a rude tragédia,
que eu, falto da antiga grandiosidade grega,
represento nas sórdidas ágoras
desse tempo pobre.
É preciso cerrar os ouvidos
e não ouvir as reprimendas de crédulos e incrédulos,
pois são inocentes e só repetem
as antigas e sacras maldições e as novas bobagens
que os manuais de autoajuda lhes ensinam.
É preciso fechar os olhos
e isentar-me do triste espetáculo
das faces que se julgam
apropriadas censuras e sinceras tristezas.
E é preciso, sobretudo, não ver
o tétrico desfile das lágrimas convenientes.

Então, Anjo da Morte, depois de tudo crido,
gozar o vazio que tu me promete
e sentir a leveza de já não ser.

Submited by

quinta-feira, julho 7, 2016 - 16:34

Poesia :

No votes yet

fabiovillela

imagem de fabiovillela
Offline
Título: Moderador Poesia
Última vez online: há 7 anos 29 semanas
Membro desde: 05/07/2009
Conteúdos:
Pontos: 6158

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of fabiovillela

Tópico Título Respostasícone de ordenação Views Last Post Língua
Prosas/Outros Arne NAESS - Filósofos Modernos e Contemporâneos 0 2.412 06/27/2012 - 12:32 Português
Poesia/Fantasia Rex Tirano Candidato 0 1.820 09/18/2010 - 23:40 Português
Prosas/Outros Filosofia Moderna e Contemporânea - ORTEGA y GASSET, José - o Livre-Arbítrio - Eu sou eu e as minhas circunstâncias. 0 3.341 05/22/2012 - 23:25 Português
Poesia/Amor Laços e Fitas 0 1.670 05/16/2013 - 20:28 Português
Poesia/Geral 21 de Brasil 0 1.348 04/21/2013 - 16:14 Português
Poesia/Dedicado Lusos Poetas 0 1.747 11/17/2010 - 23:42 Português
Poesia/Geral Por quem 0 2.061 11/17/2010 - 23:42 Português
Poesia/Amor Ceia 0 2.203 11/17/2010 - 23:43 Português
Poesia/Geral Escritas 0 2.193 11/17/2010 - 23:46 Português
Poesia/Soneto Soneto Leve 0 3.009 11/17/2010 - 23:46 Português
Poesia/Amor Brilho 0 3.256 11/17/2010 - 23:46 Português
Poesia/Amor O Tarô e o Amor 0 1.500 11/17/2010 - 23:46 Português
Poesia/Geral Que 0 3.159 07/23/2009 - 21:35 Português
Poesia/Tristeza Febre 0 2.425 11/17/2010 - 23:50 Português
Poesia/Geral Faça-se 0 5.292 11/17/2010 - 23:50 Português
Poesia/Geral Canário 0 1.326 11/17/2010 - 23:50 Português
Poesia/Geral Indigências 0 1.368 11/17/2010 - 23:51 Português
Poesia/Tristeza Hotéis 0 2.424 11/17/2010 - 23:53 Português
Poesia/Aforismo Cultivar 0 2.074 11/17/2010 - 23:54 Português
Poesia/Tristeza Morfina 0 1.973 11/17/2010 - 23:54 Português
Poesia/Amor Corpos 0 1.571 08/27/2009 - 05:15 Português
Poesia/Geral Intervalo e Avenida 0 1.286 05/30/2013 - 16:56 Português
Poesia/Geral O Sol e a Sereia 0 1.879 11/17/2010 - 23:54 Português
Poesia/Geral Cultura de Almanaque 0 2.078 11/17/2010 - 23:58 Português
Prosas/Outros Schopenhauer e o Idealismo Alemão - O Suicidio - Parte VIII 0 2.667 06/30/2014 - 21:53 Português