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Nada
Inventei a vontade do nada.
Pelo nada que me executa neste cadafalso delirante.
Pelo nada de ti que desmerece de todas as outras vontades.
Bebo, embriago-me, afogo-me neste nada.
E a madrugada anuncia-se de pulsos cortados sangrando o nascer do Sol.
Oiço o abrir das flores como o som da corda que estica e estala na saudade enforcada nos meus olhos.
Esta vontade vazia.
Como se o meu sangue fosse nada e o meu peito albergasse o vazio dos dias da criação.
No dia em que me esqueceres serei nada.
No dia em que te esquecer do nada saberei também.
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Comentários
Re: Nada
Poema disfórico que retrata uma forma de sofrimento esmagador alicerçado sob o peso do Nada. Porém, do nada se faz tudo! A madrugada sangra um novo nascer do Sol, não um suicídio, mas um parto, um renascer. A Fénix Renascida. Promessa de uma outra vida.
Um beijo, Rui
Quimeras
Re: Nada
Uma invenção enforcada nos olhos do poeta!!!
Poema magnifico!!!
:-)