CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
NADA ME PERTENCE
NADA ME PERTENCE
Dizem que o país onde vivo também é meu,
Mas em nada do que ele tem não mando eu,
Se ando pela esquerda, não posso andar,
Se ando pela direita mandam parar,
Se vou pelo centro é sempre proibido,
Ando baralhado, viver neste país não consigo.
Nasci no meu pais e nada dele me pertence,
Farto-me de trabalhar e o cansaço me vence,
Levam-me tudo o que ganho e nada tenho,
Todos os dias acordo cedo e tarde venho,
Chego a casa, tenho a minha família à espera,
Apenas trago o cansaço e ela desespera.
Trabalho que nem um escravo para me reformar,
Durante quarenta anos sem parar,
Mesmo cambaleando do meu cansaço,
Tenho de correr e não andar a passo a passo,
Para não chegar atrasado posso ser despedido,
E depois fico sem casa e sem abrigo.
Quem manda no meu país ganha por falar,
E ao fim de poucos anos se pode reformar,
Andam bem vestidos em carros caros e vistosos,
Protegidos de tudo com ar de vitoriosos,
E eu sou empurrado pela polícia que os protege,
Quando afinal sou eu sem direitos quem os elege.
Se grito não me ouvem, ainda vou preso,
Por pedir o que é meu e fico indefeso,
Ando triste, velho e cansado e sem esperança,
Enquanto os meus governantes enchem a pança,
À custa do meu trabalho e nada fazem por mim,
E quando tenho a mísera reforma, chego ao fim.
Dizem que vivo em democracia, igualdade,
Em todos os atos há critérios de desigualdade,
Há justiça e educação para ricos e para pobres,
Sendo eu que ajudo o meu país a crescer,
Apenas tenho direito a um pedaço de terra para morrer,
Democracia assim eu não quero, muito obrigado,
Não posso gritar de indignação, sou escorraçado.
Tavira, 25 de Outubro de 2012-Estêvão
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1726 leituras
Add comment
other contents of José Custódio Estêvão
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Pensamentos | O SOL É PARA TODOS | 0 | 2.282 | 07/09/2012 - 08:34 | Português | |
Poesia/Geral | FERIDAS | 2 | 1.876 | 07/08/2012 - 09:52 | Português | |
Poesia/Amor | FILHOS | 0 | 472 | 07/08/2012 - 00:01 | Português | |
Poesia/Geral | IDEIAS | 1 | 2.253 | 07/07/2012 - 23:56 | Português | |
Poesia/Alegria | VIVAMOS COM ALEGRIA | 0 | 2.719 | 07/07/2012 - 23:51 | Português | |
Poesia/Meditação | SER OU NÃO SER | 2 | 2.846 | 07/07/2012 - 22:02 | Português | |
Poesia/Geral | SENTIDOS | 0 | 2.076 | 07/07/2012 - 08:28 | Português | |
Poesia/Pensamentos | IMERECIDOS | 0 | 2.937 | 07/06/2012 - 09:05 | Português | |
Poesia/Tristeza | VENDEM ILUSÕES | 0 | 1.462 | 07/06/2012 - 09:01 | Português | |
Poesia/Geral | CONVITE | 0 | 2.829 | 07/06/2012 - 08:56 | Português | |
Poesia/Pensamentos | ELES PASSAM-ESTRAGAM TUDO | 2 | 624 | 07/05/2012 - 09:32 | Português | |
Poesia/Soneto | SINAIS DO TEMPO | 0 | 2.276 | 07/05/2012 - 09:29 | Português | |
Poesia/Geral | ESPINHOS | 0 | 1.299 | 07/05/2012 - 09:03 | Português | |
Poesia/Geral | NEM TUDO O QUE PARECE É | 0 | 904 | 07/05/2012 - 09:00 | Português | |
Poesia/Pensamentos | SALTAR | 0 | 3.607 | 07/04/2012 - 08:55 | Português | |
Poesia/Comédia | PREGUIÇA | 0 | 3.390 | 07/04/2012 - 08:51 | Português | |
Poesia/Geral | OTIMISTA | 0 | 2.198 | 07/03/2012 - 14:23 | Português | |
Poesia/Geral | ANDANDO | 0 | 2.314 | 07/03/2012 - 14:21 | Português | |
Poesia/Geral | CAI NEVE | 0 | 3.936 | 07/03/2012 - 14:10 | Português | |
Poesia/Amor | GOSTO DOS TEUS OLHOS | 0 | 1.029 | 07/02/2012 - 09:16 | Português | |
Poesia/Pensamentos | DEUS ESTÁ ZANGADO? | 0 | 3.062 | 07/02/2012 - 09:11 | Português | |
Poesia/Amor | OS TEUS OLHOS NÃO ME LEVAM | 0 | 2.234 | 07/02/2012 - 09:05 | Português | |
Poesia/Meditação | BRAÇOS CAÍDOS | 0 | 1.985 | 07/01/2012 - 11:33 | Português | |
Poesia/Meditação | PALHAÇO | 0 | 1.426 | 07/01/2012 - 11:28 | Português | |
Poesia/Geral | DELÍRIOS | 0 | 550 | 07/01/2012 - 11:24 | Português |
Comentários
Realmente...
"Nada realmente pertence a nós que não seja o tempo, que se tem mesmo quando não se tem nada mais."
Baltasar Gracián
Poema
Nem o tempo nos pertence, o tempo é nosso dono pois somos esravos do tempo e estamos aqui o tempo que o tempo quiser.
Faça favor de ser feliz
Obrigado.