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A noitada

Existe em mim, um vírus que demora e drena,
a minha alma pedante, ferve em sangue e amor,
Quem na mente pinta lúbrica tela, amena
Paisagens de prazer, lascívia ardente e dor.

Enquanto a clara luz do dia afasta estrelas,
Veste-se andarilhos, espartilhos apertados,
Que esmagam seios dóceis, meigos, sentinelas
Numa vaidade bela e louca aconchegados.

Almas de amazona, montando seus corcéis,
Buscam na liça dura, peleja que valha,
Na noite de cores, pintores e pincéis,
De odores onde astuta mente se embaralha.

Virgem, na coluna de assento etéreo e doce,
Escondida nos recantos de antros de prazer,
Ó mulher experiente, em mim dormes se fosse,
Inexaurível fonte de eterna água a escorrer.

Ó predador perdido em cio de martírio,
Que nem um pensamento tens de lucidez,
Extasiado e louco, pelo cheiro do lírio,
Que por ti passa e lança, olhar com avidez.

Por entre a multidão gritante, enlouquecida,
Vejo-te honrar o deus que lhe chamavam Liber,
Enchendo de licor, a alma enraivecida,
Fintando esguia sorte, nas horas de esquecer.

Num sorvo de poeta embriagado e louco,
Bebendo em Hélicon, águas sacras do monte,
esse licor vermelho, a nada sabe e a pouco,
Na hora em que te beijam a pesada fronte.

Tão fácil se torna. A presa se te oferece,
E tu, leão dourado, viril, jovem, radiante
Dissipa-se a nervosa hesitação... e aquece,
Todas as curvas partes, a sua boca hiante.

Já és capaz de ouvir o entrechocar dos sexos,
Palpitações constantes, entre homem e mulher,
Despindo mundo vão de inúteis, mil complexos,
Na sala sumptuosa, onde tu vais comer.

Escorre pela vara entumecida o sangue,
Constante latejar no pânico, ansiedade,
Na fêmea, em toda a parte, no espírito exangue,
Longe de distinguir a mentira e verdade.

Cambaleando, vai seguindo os tortos passos,
Da armadilha montada de astuto predador,
Rompe véu de estrelas, surgem doces abraços
Fingindo ser sonhado o verdadeiro amor.

As velas odoríferas... queima-se incenso,
Ouve-se escorregar no vidro o doce vinho,
As palavras tornam-se ásperas. Põe-se tenso,
O criminoso com experiência, com carinho.

No chão espalhada a roupa, a ausente luz,
À volta dançam línguas quentes do inferno,
A beleza reunida entre dois corpos nus,
Que ardor oferece em noite fria de Inverno.

Os beijos os delíquios pelas partes de baixo,
Entrando dedos pela mansão dos desejos,
A língua revirando a sombra, a glande, o facho,
Ardente turbilhão de furiosos beijos.

Dolentes vagas quentes ,de um fluxo sanguíneo,
No bombear do sangue o coração nervoso,
Desfalecem os dois, exaustos, o declínio,
Na noite igual a outras de sexo estrepitoso.

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terça-feira, março 11, 2008 - 15:07

Poesia :

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Antonio

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Comentários

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Re: A noitada

Belas imagens da fantasia do poeta!

:-)

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