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O caminhar da humanidade
Palavras que se perdem na escuridão
Sonhos desfeitos no amanhecer
E a vida passa de forma rotineira
Para os que ainda não sabem viver
Que não percebem o que pode desejar
Além do que está nos pensamentos.
Tudo que falo agora não é novo
Alguém já pode ter pensado nisso
Quem sabe em seus sonhos mais loucos
De que o mundo poderia ser diferente
Talvez os índios e negros
E quem sabe os brancos incapazes
De perceber a realidade.
A maldição que um dia foi imposta
Nas falácias de oligarcas barrigudos
Em meio as fumaças de seus charutos
E tilintar dos copos de uísques
Como se o mundo pertencesse a uma minoria
Que detém todo monopólio humano.
Palavras apenas não bastam
Para expulsar o casal do paraíso
Onde a felicidade foi inventada
Nos olhares de quem espreitava na escuridão
Tentando se esconder da fúria
Dos monstros desfigurados pelo tempo.
Andando pelas ruas desertas
Se percebe a incompreensão humana
Com os que precisam todas as manhãs
Do leite para as crianças
E não sabem onde encontrar
Porque as vacas estão sempre magras demais.
O caminhar da humanidade
Tão acelerado como as partículas de luz
No vasto universo da imaginação
É um pedido de socorro tão explícito
Que chega a ser ignorado
Porque ninguém deseja ser interrompido
Na sua caminhada em direção ao abismo.
Pode pensar o que você quiser
És livre para isso se assim pensa
Mas não se esqueça de apagar as luzes
Para não impedir os pensamentos de voarem
Quando a escuridão revelar
Que não há muito o que se fazer agora.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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