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O canto dos anjos

O canto dos anjos verdes que habitam a escuridão fúnebre que gela o coração dos homens que passam pelo Vale da Vigésima Terceira Hora,
Ora,
É um canto que sai de bocas imortais,
Que anuncia a verdade bruta que o homem tenta esconder,
E ouvi-lo provoca medo,
E com o dedo
O homem entope os ouvidos,
Mas seu coração ouve o canto,
E cheio de espanto
O homem segue,
Corre,
Foge,
E grita.
O canto o persegue,
Percorre ondeando pelo ar em busca de um ouvido...
Precisa ser escutado,
Precisa de um ouvido,
Precisa de uma mente que processe a terrível mensagem,
Precisa de um coração que sinta frio e aperto...
Pare!
O homem grita!
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO...
O canto canta,
As bocas matracam frenéticas,
O homem cobre com as mãos as orelhas,
Mas sua pele continua ouvindo o canto que sai das bocas dos anjos
Verdes que habitam a escuridão do Vale da Vigésima Terceira Hora,
E,
Agora,
O canto se espalha,
Cruza as fronteiras do Vale e assombra outros campos.
O canto amplificado amplifica o desespero desenfreado do homem
Que foge das vozes que cantam sua verdade.
O CANTO DOS ANJOS!
O homem se dobra e vomita uma palavra:
PIEDADE!
O canto resvala nos ouvidos,
Brita o coração,
Ecoa na mente.
A lua se esconde das vozes e da verdade que elas proclamam.
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO...
Um canto bruto e frenético,
As vozes trovejantes dos anjos verdes sobre o entendimento do homem
Que correu quando ouviu uma ponta de sentido.
Os sons noturnos são interrompidos,
Os cricrilares param,
O coaxar difuso cessa,
O sereno interrompe seu despencar noturno.
TUDO PÁRA!.
O som das vozes dos anjos cruza veloz a noite,
Atravessa rios e salta por sobre as montanhas,
Entra nos ouvidos de animais e de árvores adormecidas,
Fura ondas de rádio,
Interrompe sinais estranhos
E mergulha dentro de todos os outros sons,
Funde-se a todas as notas,
Incorpora-se a todas as palavras,
E ganha um significado grande,
E só espera ser ouvido para dizer uma verdade que é dita todas as noites
Pelas bocas dos anjos verdes do Vale da Vigésima Terceira Hora.

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quarta-feira, maio 6, 2009 - 15:12

Poesia :

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andersonc

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Comentários

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Re: O canto dos anjos para Conchinha

Obrigado Conchinha!
Gosto de despertar o leitor... mas na hora certa.

Abraço

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Re: O canto dos anjos para Henrique

Obrigado Henrique!
Fico feliz que tenho gostado.

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Re: O canto dos anjos

Gostei muito.

Realço os sons noturnos que despertam o leitor, em especial o belo "O coaxar difuso cessa"

Abraço

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Re: O canto dos anjos

TUDO PÁRA!.

muito bom este texto, um som que pára tudo!!!

:-)

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