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O Canto Escuro
Ecoa a sineta,
Choraminga na porta,
Como gato em busca de calor,
Voluptuosa balada de sedução,
Esguia comichão de gulodice…
Não lhe resisto.
Entrego-me.
Lutei,
Com fogo e argumento,
Vento demolidor
E poderosa reza.
Cai,
No covil achincalhado
Do pedinte
De mão recolhida
Sobre o coração.
Não me amparaste
A aferrolhar a porta
A arrancar a sineta.
E ela, do lado de fora,
A insinuar-se
No baile do cisne
Em lago de sede.
Entrego-me… não lhe resisto.
Lutei,
Com ideais e crenças
Com submissão e altruísmo
Por tuas fraquezas e adiamentos…
Cai
Num poço sem água,
Onde o cisne melhor encanta,
Na teia da entrega
Da coroa do reino a conquistar.
Não me amparaste a queimar a porta,
A abafar o sussurro do lado de fora!
Não me animaste a quebrar o sinal
Daquela que me quer enredar.
Toca a sineta para a morte lenta…
Sem ti, não lhe resisto.
Entra, entra solidão, entra de uma vez!
Abraça-me em prisão,
Cerca-me de areia em ilha de apatia.
Andarilhus
XV : X : MMVIII
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Comentários
Re: O Canto Escuro
Um poema bem conseguido!!!
:-)
Re: O Canto Escuro
Magnífica a forma como descreve a queda, não amparada...
E no fim a solidão de um destino...
Gostei"!
Abraço Andarilhus
Re: O Canto Escuro
Que desafio à solidão!
Desafias ao cerco de areia numa ilha de apatia... mas o mar devora a areia, Caminhante :-)
Adorei!
Bjs
Re: O Canto Escuro
Cair, levantar, lutar...e a vida segue bela pela ruela traçada por nós:)
Bjs
IC
Re: O Canto Escuro
A solidão é um fardo pesado...
Re: O Canto Escuro
Pois é...solidão...canto escuro....desilusão!E
forma-se o ciclo da tristeza...
beijo
breizh
Re: O Canto Escuro
Pois é, no canto escuro há sempre a solidão que nos espreita, ora no lado de dentro, ora no lado de fora.
... pelo menos essa sempre nos fará companhia.
Beijo