O fantasma da derrota

Não há outro anjo no céu,
Ninguém para partilhar o medo,
Ou mesmo para escorrer o sangue,
no turbilhão que mancha minhas vestes.

Tua voz ainda passeia formulando nomes estranhos,
Caminhando invisível ocultando passos em noite cristalina,
Vigias meu sono e carrega um ar de doente,impregnando a atmosfera derrotada,
eternizando fracassos.

Jung,o violador de judias apontou a direção de outro sonho,
Erguendo o oposto de Wotan na congênita tristeza prisioneira frágil,
O incômodo ladrilho gelado como lousa de autópsia
Fecha-se cada vez que flores negras de vertigens ferem olhos assombrados.

Meu fantasma sussura um canção antiga,
De enforcados na árvore do balanço e espancamentos covardes,
Quando finalmente vislumbro uma parte de sua face,
De grandes órbitas e lábios escancarados,
em pouco mais que sombra de vulto.