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O Malhadinhas
A pata do rico sobre o cachaço do pobre.
Há momentos na vida e pendências que um homem honrado não provoca nem espera, e que só se resolvem de pulso rijo e botando as unhas a uma arma…nunca saía da bainha sem causa nem entrava na bainha sem honra.
Sabes o que te vale? É ter-me já sentado à tua mesa.
Até de boca fechada mentia.
Mas saber ler não basta para ser fino, ser cavaleiro e muito menos ser feliz.
Vê se lhe espreitas a alma.
Vinho e aguardente é tudo a mesma família.
Cria o corvo, tirar-te-á o olho.
Ora, ora ronca o mar e mijo nele.
… dona de casa de primeira ordem; os seus seios, levantados como pães das boas fornadas, eram a melhor fronha para um homem encostar a cabeça.
Respondi eu a chorar, que os olhos dum homem não foram feitos só para ver.
A palavra como a lança, longe alcança.
Falas de santo, unhadas de gato.
A fruta mais saborosa tem o caroço no meio.
Não te queixes da injustiça dos homens, queixa-te do génio, que é assomadiço e falho de humanidade.
Não há grande geração sem santo nem ladrão.
Isto de fêmeas são todas as mesmas. Mãe, casai-me logo, que se me arruga o rosto.
… nega-lo seria negar a luz do sol.
A viúva rica com um olho chora, com o outro repica.
Tanto ladras que trincas a língua.
A noite de negra, tão bem esconde o justo como o pecador.
… focinho por terra, como pessoa não-te-rales que vão ao teu destino.
Milagre! Milagre! Aos parvos aparecem os santos.
Nem para calço de panela tinha préstimo.
O bicho homem, quem quer que seja e o que quer que faça, tem sempre consigo a mesma peçonha. E esta peçonha sabes o que é? É o nunca estar contente com a sua sorte. Quanto mais tem mais apetece, deseja e torna a desejar para logo ou amanhã aborrecer.
http://topeneda.blogspot.pt Aquilino Ribeiro
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