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O prazer do amor (Pensamentos XVII-XXXII, Rochefoucauld)
XVII.
O prazer do amor é amar e sentirmo-nos mais felizes pela paixão que sentimos do que pela que inspiramos.
XVIII.
O ciúme nasce sempre com o amor, mas nem sempre morre com ele.
XIX.
A confiança que temos em nós mesmos, reflete-se em grande parte, na confiança que temos nos outros.
XX.
Quem recusa uma lisonja é porque procura ser lisonjeado duas vezes.
XXI.
Há pessoas desagradáveis apesar das suas qualidades e outras encantadoras apesar dos seus defeitos.
XXII.
Quando praticar qualquer falta, procure remediá-la e não desculpá-la.
XXIII.
Se resistimos às nossas paixões, é mais pela fraqueza delas que pela nossa força.
XXIV.
Todas as paixões nos levam a cometer erros, mas o amor faz-nos cometer os mais ridículos.
XXV.
A verdadeira eloquência consiste em dizer tudo o que é preciso e em só dizer o que é preciso.
XXVI.
A mente é sempre enganada pelo coração.
XXVII.
Quem vive sem loucura não é tão sábio como pensa.
XXVIII.
A nossa desconfiança justifica o engano alheio.
XXIX.
Não basta ter boas qualidades, é preciso poupá-las.
XXX.
Atormentamo-nos menos para ser felizes do que para mostrarmos que o somos.
XXXI.
O mal que fazemos não suscita tanto a perseguição e o ódio como as nossas boas qualidades.
XXXII.
É melhor empregarmos o nosso espírito em suportar os infortúnios que nos acontecem do que em prever os que nos podem acontecer.
François La Rochefoucauld, Escritor francês. (1613-1680). Parte II, de Pensamentos & Frases selecionados.
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