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O que sai do coração não tem nome

Hoje aconteceu o que não é mais novidade. Aquilo que experimentei com outra pessoa, com essa mesma menina, e mais uma vez, e de novo. E o que há de novo nisso? Nada. Novidade nenhuma. Culpa zero. Antecipação? Nesse caso penso que não porque já é reflexo do que ocorre, faz um bom tempo. “A menina que passa”. Ah essa menina! A que ontem tinha dito ter me lançado um novo olhar, aquela mesma a quem dei o amor que a ninguém daria. A mesma pessoa, que me dividiu e dilacerou, a que ultrapassa o valor das palavras, que maltrata e depois me beija.

Noutra hora ela diz arrependida, e retorna e faz tudo novamente. Após a decepção, perdão e mágoa. A mesma que ilude retira as esperanças. A mesma que ama, insiste em não-amar.
Estranho pensar que o meu maior desejo é meu maior medo. É estranho admitir que o que mais desejo é o que menos quero ver concretizado.
O que o coração pede a razão ignora, o que a razão diz consciente não se implica tão pouco se entende. Se a pessoa amada se relacionar novamente, ela de certa forma me liberta, e não se liberta de mim! Pode ser que nada mude, pode ser que mude tudo entre a gente. Talvez seja isso que queira, ou não. Não sei. Quem sabe? Minhas anotações já são confusas. Minhas anotações são confusas.
Hoje tenho vontade de chorar, expressar em lágrimas o que eu mesmo quis pra mim. Hoje vejo os meus reflexos! Minhas confusas reflexões. Torno-me o mais ingênuo e irrelevante homem, de coração puro talvez, mas aquele que se ilude e insiste em se maltratar. Eu, este ser inconseqüente que leiloa seus sentimentos, que doa os melhores momentos, que se permite arrancar seus maiores sonhos. Que se entrega e se desfaz. Eu, este ser imprudente, que ri, chora e volta a sorrir, e tem medo de sorrir, e volta a chorar. E chorando permanece a recordar daquilo que é recente. Daquilo que mexe e traz súbitos pensamentos a mente. Que foi bom. Mas que nunca acaba, ou se finaliza, que sempre deixa uma fenda, uma chance de recomeçar. Um mínimo detalhe que assombra o futuro.
Desejo do fundo do peito, que essa tal garota seja feliz, se ao meu lado ela já não pode permanecer, que ela se deleite numa cama anônima, que ela faça o amor acontecer. Que ela se permita amar. Mas desejo que ela não seja amiga do sofrimento e que ela não se acomode com aquilo que a faz (fez) sofrer. Desejo súbito de mudança, mas é fraca a minha razão. Minha vontade é tremenda, mas meus anseios e aventuras não me deixam fazer o correto, o mais viável. E novamente eu me entrego, me declaro, me aceito, me entendo, me arrisco e não existem outras conjugações de verbo! Pois no final daquela repetida valsa, eu fico só, não tenho mais par, bebo todas ao lado da amargura – minha amiga fiel – que nunca me abandona, minha amiga que some, mas se faz recordar com apenas um ato. Vivo esta desesperança, este amor louco, insano e irreversível. Mas hoje me decido e peço forças. Pra dar um basta e valorizar quem realmente me ama. Sei que já disse isso, mas é a alma quem clama. Perdoe-me se te magoei, mas fiz aquilo que achei ser melhor. Nunca me arrependo do que fiz, de nada, em nenhum segundo sequer, não me canso de sofrer, o sofrimento é minha porta pra crescer. Feliz sou eu no sofrimento, pagando minhas penas, vivo e ganho amor, não da menina que passa, que me atravessa e que me atira do alto, mas de algumas pessoas, verdadeiros anjos, que me inspiram e me dão forças pra seguir e me aventurar em ares seguros. Em novas aventuras desconhecidas. Que me indicam esquecimento, para usar no passado. E prudência aliado a coragem para enfrentar novos desafios.
A tristeza é minha companheira, a imprudência é minha parceira, o sofrimento é minha arma e essa história levarei sempre comigo – sozinho – a vida inteira.
Eu escolhi te amar, eu permiti que isso acontecesse, eu fiz acontecer, eu dei o primeiro passo. Não dei? Mas hoje não penso em regredi-los, penso em deixar que o vento faça com que eles se percam no ar. Nunca quero te perder, mas desse jeito é estranho, é difícil caminhar! Se eu dei o primeiro passo por que não posso concluir essa caminhada? Hoje tento dar o passo final. Retiro minhas sandálias cansadas dos pés, para não ter motivo ou se bobear voltar a andar. Para que se um desejo louco de dar mais alguns passinhos vier eu possa sentir na pele a dor de pisar nas pedras e finalmente desistir. Queria ter pulso firme e seguir com o que quero. Mas logo que te vejo me desfaço. Peço sua ajuda. Vamos concluir nossa história? Dê-me sua mão, amarre seu calçado, respire fundo e siga sem olhar pra trás. Deixo claro não ser o meu desejo. Tenho certeza que não será melhor pra mim, mas quem sabe não é o que destino reservou, quem sabe não tem que ser assim?
 

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sábado, janeiro 29, 2011 - 04:03

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L.S. Paiva

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