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O rapaz que tinha um cão pendurado na voz
Pendurado na voz: O cão.
O rapaz sonhava a normalidade:
-O mundo não é dos que sonham!
diziam-lhe!
Mas é! - Sabia-o.
Sorria.
Ouvia as vozes em uníssono.
Os donos de coisa nenhuma tinham família e fé,
empregos e televisões,
Filhos, Carros, contas,
mentiras e outras coisas soltas.
Acordavam bem cedo pela manhã.
Almoçavam fora,
tinham esposas,
e pensavam sempre que o mundo era aquele que viam na TV.
O jovem via toda uma nova religião
crescer-lhe da boca
mas calava.
Imaginava como seria ter um família.
Pensava em como seria ter fé,
-Ter fé deve ser como ter menos frio!
-Contava.
O que seria um amigo?- suspirava!
Ah e sonhava e sonhava:
Pendurado na Voz: O cão!
O Rapaz sonhava a normalidade.
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domingo, fevereiro 20, 2011 - 02:51
Poesia :
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Comentários
O rapaz que tinha um cão pendurado na voz p/ Ex-Ricardo
Adoro o (pre)conceito da normalidade, como tema. Gostei da forma como apresentas a fé incompleta: "Ter fé deve ser como ter menos frio!".
E o cão, que pendurado na boca do homem, não acabou por ladrar... Não passou, também, a caravana.
Um abraço, Ex
O rapaz que tinha um cão pendurado na voz
Ah e sonhava e sonhava:
Pendurado na Voz: O cão!
O Rapaz sonhava a normalidade.
Meus parabéns, um lindo texto!
MarneDulinski
Querido Ex,
Calam-se vontades
no frio da descrença
Sonha-se que se sonha
numa desesperança
que o cão já não ladra
mas suspira
(A)normalidade
Bjo.
PaTaz
O título despertou uma
O título despertou uma curiosidade peciluar...
Li, reli e acima de tudo... senti
A pureza do sonho... o olhar do menino sonhador no Homem lutador.