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Do Eterno Erro, de "Poemas Ocultistas" (Fernando Pessoa)
Do eterno erro na eterna viagem,
O mais que [exprime] na alma que ousa,
E sempre nome, sempre linguagem,
O véu e capa de uma outra cousa.
Nem que conheças de frente o Deus,
Nem que o Eterno te dê a mão,
Vês a verdade, rompes os véus,
Tens mais caminho que a solidão.
Todos os astros, inda os que brilham
No céu sem fundo do mundo interno,
São só caminhos que falsos trilham
Eternos passos do erro eterno.
Volta a meu seio, que não conhece
Os deuses, porque os não vê,
Volta a meus braços, melhor esquece.
Que tudo só fingir que é.
Fernando Pessoa, in: Poemas Ocultistas.
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