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olhar que nada sou
O sono cogita a chegar,
as horas da noite se arrastam
compelindo minha inércia.
Sem muito tardar
o sol conciliador nutre o meu quarto,
invadindo-me de raios.
Olhei ao espelho à meia noite,
Ainda de olhos enevoados
Reconheci na minha testa
Fatídicas rugas de expressão.
E estava a dormir…
olho-as como se pela primeira vez
as estivesse a contemplar.
Quando volto a levantar a cabeça,
Escrevo duas páginas de um código indecifrável.
São os meus sonhos elevados ao expoente do ecrã
incompreensíveis até para mim.
Deixam uma marca indelével na memória do acordar.
Povoa me sonhos estranhos,
visões e desejos de um futuro próximo.
Receios e medos recentes ou reincidentes.
Ergue se o dia numa barreira de solidão e inutilidade.
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Poesia :
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Comentários
Re: olhar que nada sou
Um poema interessante mas com uma grande carga de desanimo, de cansaço e de desalento. Um poema com um travo de tristeza e amargura, como se não fizesse sentido existir...