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OS PÉS NÃO SERVEM PARA VOAR

Os pés não servem para voar

 

 

Quando chegares ao topo da tua profissão,

Não te esqueças dos que estão no chão,

Nunca te esqueças que foi lá que tu nasceste,

É condição para seres digno do teu ser,

Sê sempre humilde no teu aprender,

E assim, à tua condição nunca desobedeceste.

 

A profissão nunca deve servir para separação,

Dos que nasceram contigo e ficaram no chão,

Olha sempre para baixo para ver quem lá ficou,

Têm tanta dignidade como tu e com o seu valor,

Eles também têm coração e amor,

Só não saíram do chão porque a sorte os abandonou.

 

A tua vida saiu do chão, pela força com que lutaste,

Com o trabalho da tua sorte, foi lá que a encontraste,

Mas o caminho das tuas origens e do teu passado,

Deve acompanhar sempre o teu presente,

E olha para o futuro que está sempre mais à frente,

E o caminho que pisaste nunca deve ser ignorado.

 

Se a tua profissão não mudar a tua personalidade,

 E não te deixares encantar pela vaidade,

Serás sempre a pessoa donde vieste,

É com exemplos e não com palavras que mostramos,

Aquilo que somos e que mais amamos,

E continuas com o chão que pisaste e não o perdeste.

 

Nunca te deixes envaidecer pelo topo da tua profissão,

Assim, mostras no tempo que nunca perdeste a tua razão,

Traz sempre o teu passado contigo, não tenhas receio,

Assim serás um ser humano nunca se envaideceu,

Pelas oportunidades que a vida te deu,

E que só engrandece o teu ser e o teu eu.

 

Quem se deixar envaidecer pelo topo da sua profissão,

Esquecendo a sua origem e o seu chão,

Ficou orgulhoso de ter recebido a chave dum palheiro,

Julgando que tem um palácio onde vive iludido,

O modo de pensar será sempre o seu maior inimigo,

Pensando que é dono do mundo inteiro.

 

 

Tavira, 22 de Junho de 2010 - Estêvão

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quarta-feira, fevereiro 13, 2013 - 10:58

Poesia :

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José Custódio Estêvão

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