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OS QUE VÃO À MISSA
OS QUE VÃO À MISSA
Ouço todos os dias o meigo badalar dos sinos,
Com os seus toques repicados, lentos e divinos,
Chamam toda a gente para ir até à missa,
São horas de rezar para a alma ficar submissa.
Os seus toque toques divinos, vão soando,
E o vento depressa a toda a gente vai levando,
O aviso que são horas de rezar a Deus,
E deixar na Igreja todos os pecados seus.
Os fiéis vão entrando com todo o respeito,
Todos balbuciam a oração batendo no peito,
Olham para os santos com toda a devoção,
Fazendo no peito o sinal da cruz com a mão.
Começa a missa e para todos o senhor padre reza,
Todos se levantam, ora se ajoelham com delicadeza,
Água benta há que chegue para todos os fiéis,
E molham os dedos desempenhando os seus papéis.
Começam as primeiras palavras do sermão,
E todos os fiéis com respeito e toda a atenção,
Todas as santas palavras são bem ouvidas,
Mas, nem todas as palavras são sentidas.
Diz o senhor padre que uns aos outros se amem,
E que fica mal que alguns dos presentes se tramem,
Que, não se deve roubar, maldizer ou matar,
E todos fazem intenção de bem escutar.
Todos os pecados são deixados no templo,
Para que todos sigam sempre um bom exemplo,
O lixo dos pecados encheram toda a igreja,
E todos pensam que ficaram santos, com certeza.
Acabou a missa e todos passo a passo, saem lentamente,
Os pecados voltam a encher a grande barriga da serpente,
Os fiéis esqueceram logo tudo o que prometeram,
E o que dizem, nada dizem, do muito que disseram.
Faz o que eu digo, não faças o que eu faço,
Dizem os fiéis para outros com inchaço,
O que a boca diz é para sempre se fazer,
Mas, do que se pensa nunca ninguém vem a saber.
2007-Estêvão
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