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Para que serve a vida?

Às vezes. em minhas divagações
projeto frases em nuvens
como nos antigos gibis
das histórias em quadrinhos

E indago, a mim mesmo
perguntas ingênuas
diriam coisas de crianças
ah, mas que produzem um efeito

E assim, como diante de um espelho
defronte à íris do inquieto olhar
pergunto: onde estarei?
não respondo, apenas mergulho

Entre um e outro piscar de olhos
ou um beliscão
para certificar-me
que deveras estou acordado.

Então, às indagações retorno:
(este preâmbulo tá ficando longo demais)

onde estarei
quando vir acenando
no horizonte uma pomba da paz
batendo suas asas no azul celeste

onde estarei
quando vir explodindo
no horizonte uma bomba de paz
soltando pétalas de rosas feito neve

onde estarei
quando vir florescendo
na campina o trigo
jorrando grãos pra aplacar a fome de pão

onde estarei
quando vir amadurecendo
na campina a videira
fermentando o vinho pra aplacar a sede do irmão.

onde estarei
quando vir arrefecendo
na esquina das ruas a raiva
amortecida pelo freio do sorriso de criança

onde estarei
quando vir brotando
na esquina do tempo a esperança
alimentada pela seiva da concórdia

onde estarei
quando vir nascendo
na fonte de água cristalina
o amor feito gotas de orvalho

onde estarei
quando vir crescendo
na fonte de água turmalina
o rebento feito o lírio do campo

onde estarei
quando vir a tarde recolhendo
no outono da vida, os sonhos e utopias,
folhas secas caindo para fecundar a primavera

onde estarei
quando vir a noite adormecendo
no inverno da vida, ao relento
apenas o som do vento, meu epitáfio.

E sem saber decerto
como surgirá o "novo dia"
já sem mal estar ou azia
Minh'alma é só alegria

Pois, a principal pergunta
não ousei formular
ou tentei responder
Para que serve a vida?

(escondido do espelho, bem baixinho,
só pra você que me leu até o fim,
"a vida... serve para viver,
ah, tome cuidado,
não se sirva em demasia!
ou, será então que a vida seja...
viver para servir?
E em servindo, nos doando,
vamos seguindo vivendo?

Agora, a pergunta é para você:
O que você faz da sua vida?
Qual sentido tem a sua vida?

Bem, a resposta é sua...
A minha vivo procurando
E não tenho pressa de encontrar
O simples caminhar já me traz um sentido
Para a existência humana.

Para terminar esta missiva,
Só começando outra,
Mas, fica para outra hora,
Senão passo a vida toda na escrita...

AjAraújo, o poeta humanista, escrito em 10 de dezembro de 2011.

 

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domingo, dezembro 11, 2011 - 00:07

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