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Penumbra

Penumbra
Um dia eu me apaixonei perdidamente por alguém que nem me conhecia.
Fiquei perdida, vivi várias fases, a da loucura, da aceitação, do conformismo, da negação e por fim, resolvi alimentar este sonho, já que nada que eu havia tentado tinha dado resultado.
Um homem famoso, um artista seriamente comprometido, o que dificultava ainda mais minha aproximação.
Passaram-se anos.
Era um homem de talento, carismático, com uma voz abençoada, mas trazia consigo um olhar tristonho, um rosto amargurado, uma expressão de cansaço. Todas estas características me davam mais força ainda para tentar desvendar os mistérios daquela face tão sofrida.
Milagres acontecem. Aconteceu.
De fã, me tornei amiga confidente. De amiga, me transformei em amor.
Tudo que eu queria na minha vida era fazê-lo feliz. Não me importava sua situação financeira, seu estado civil, nem o que poderia me oferecer, contanto que me ofertasse sua presença.
Por ele eu ultrapassei montanhas, revi meus conceitos, refiz meus princípios .
Mas meu amor não bastou. Se antes ele era infeliz na sua vida pessoal, agora carrega culpa.
Voltou a sentir emoções, comigo, ele voltou a sorrir sem representar, resgatando sua fome de viver, porém, em troca, deve arrastar seu remorso, e perante a sociedade deve ser oculto para mim e eu oculta para ele.
Com isso, é corroído pelos ciúmes, coisa que eu aprendi a não ter, pois nunca fora inteiramente meu.
Nossos caminhos se encontraram, passamos a andar na mesma estrada, embora todos os planos arquitetados em comum, sejam uma utopia.
Mas ao ver a aflição com que convivia, por muitas vezes o deixei amando. Matando-me.
Mas ele sempre me encontra e eu sempre retorno. Porque quando me procura, já estou no meu limite, sem respiração.
Esta é a minha história. Resumidamente, muito vaga, pois ao contar nossa trajetória, seriam folhas e folhas sem fim.
Eu quis. Procurei de todas as formas tê-lo. Eu aceito a sombra, por não ter o direito de exigir. Mas não suporto seu sofrimento, prefiro o meu, porque eu fiz bagunça na sua vida.
Quando renuncio, me mato um pouco mais. Mas de nada adianta, pertencemo-nos.
Não sabemos do futuro, nem queremos saber. A penumbra nos aquece. O amor nos fortalece

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sexta-feira, novembro 20, 2009 - 02:25

Poesia :

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Gisa

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Comentários

imagem de cecilia

Re: Penumbra

Linda e sofrida história de amor, as vezes achamos nossa vida, nossa metade nos braços de outra pessoa e lutamos com todas as forças que temos e que do nada arrumamos para tê-lo próximo. Tens sido guerreira para enfrentar preconceitos teus e da sociedade, a tua determinação é admirável por correr atrás do que quer.
Desejo muita força e se antes lhe admirava, agora te admiro mais ainda. É um exemplo de coragem para os covardes que desistem por medo.
Agradeço por compartilhar esta história conosco.
Bjs

imagem de MarneDulinski

Re: Penumbra

LINDO TEXTO!
Meus parabéns, e sejam muito felizes!
Quando o jogo é as claras, pode-se enfrentar tudo!
MarneDulinski

imagem de AnaMar

Re: Penumbra

Emocionante.
Corajoso.
Vibrante.
Um amor assim merece permanecer. sem culpas, nem dor.
um beijo.

imagem de RobertoEstevesdaFonseca

Re: Penumbra

Lindo texto.

Parabéns,
Grande abraço,
REF

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