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Pobreza (in)visível
Pungente
toda a significância
que remete a pobreza.
A mais pura rudeza
da condição humana
ligada à sobrevivência.
Dói a sua visibilidade,
marcada
nos rostos escavados,
embaciada
nos olhares ensopados,
cravados,
em chão de terra seca.
Nos cartões vazios
que servem de cama
a sem-abrigos
em vão de escada.
Ausência de identidade,
escravos da sua mendicidade.
São mortos-vivos,
pálido arremesso
do direito consagrado.
Sub-mundo ignorado
do senhor endinheirado.
Impotência
dorida
em alma
empedrada,
repulsada
na obrigatoriedade
de encapotada
solidariedade.
Realidade
que grassa
como erva daninha.
Maldita sociedade
que oferece um nada!
Apenas o desperdício
que descarta como lixo
em bandeja envenenada.
OF 02-05-12
http://portate-mal.blogspot.pt/
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Comentários
Pobreza (in)visivel
Palmas. A tua crítica social, é bastante acutilante neste teu poema, extraordinariamente bem construído,com palavras claras e precisas, sem contudo lhe tirar o brilho poético.
Gostei muito de ler-te
Parabéns
Docarmo
P/Docarmo
Amigo, Docarmo: muito grata pela presença e apreciação ao poema. Ainda bem que o percecionas como acutilante. Muito bom, quando a (nossa) mensagem é inteligentemente apreendida...
Bjo :)
Já tinha saudades de entrar
Já tinha saudades de entrar em tua casa, tenho a chave! :)
Adorei o teu poema de intervenção e de incomodidade!
A pobreza é uma ferida a doer.
Muito bom querida amiga Odete.
bjuzz
P/ Teresa Almeida (Pobreza...)
Amiga: sabes bem o esforço que faço para dar atenção aos escritos, sobretudo d@s amig@s...
Obg pela tua presença e gentil comentário. Sim, claro que não tens só a chave, tens a porta aberta...
(Ultimamente nem tenho postado poemas que vou escrevendo, quase só os que escrevo para desafios...)
Bjuzz iluminados :)
Minha amiga, Que belo e
Minha amiga,
Que belo e poderoso poema!!!
"São mortos-vivos,
pálido arremesso
do direito consagrado.
Sub-mundo ignorado
do senhor endinheirado."
Estava saudosa de ler-te(infelismente, o meu tempo está muito reduzido, entendes?), mas o teu espaço poético é especial para mim.
Parabéns por essa excelente intervenção poética!!
Beijo.
P/SuzeteBrainer (Pobreza...)
Amiga, Suzete: sabes bem o quanto o tempo também é meu inimigo (tanta, mas tanta coisa para dar andamento e o profissional tem de estar primeiro...).
Muito grata pela rua presença e elogioso comentário.
Bjo na tua belíssima alma :)
Que belo texto, Odete. Uma
Que belo texto, Odete.
Uma análise rica se sentires,
que desseca um Estado d` Alma
- o snobismo que toma
certos espíritos.
:-)
P/apsferreira (Pobreza...)
Verdade, amigo Albano, a hipocrisia mexe comigo. Enojam-me as pessoas que se servem de atos de solidariedade para se promoverem...
Muito grata pela presença e comentário (sinto algum pudor quando me comentam e eu não posso retribuir de igual modo, mas a falta de tempo dá (quase) só para ir lendo...
Bjo :)
Olá amiga Odete Ferreira, Uma
Olá amiga Odete Ferreira,
Uma intervenção muito profunda e deveras sentida pelo entendimento que não vira o rosto à verdade.
Terminando,como assim será, a infeliz realidade, que, os olhos maiores não sabem; ou não querem ver.
(Quem fica no meu recuo sem me sofucar?)
"Apenas o desperdício
que descarta como lixo
em bandeja envenenada."
Noto a beleza dos sentimentos que lançam o grito: "Pobreza (in)visível"
Lindo! Gosto de te ler, na essência das palavras.
Obrigado por partilhar.
Parabéns.
Abraço.
P/antonioduarte (Pobreza...)
Amigo antonioduarte: prazer por teres ocupado um tempo da tua mente, na leitura do meu escrito...Um registo num misto de revolta, impotênncia, crítica (in)visível - não chega onde devia chegar.
Sempre grata pela atenção...
Bjo :)