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Poema do desespero
Sei lá se me perco
na vontade de partir
ou se os espinhos no coração
são demónios da cor do sangue
que estrangulam e me entorpecem.
Ou se o meu repentina desespero
são cometas sem destino
ou arritmias e dores fugazes
que choro no travesseiro
onde te lembro e me deito.
Sei lá se o céu se extingue
nas veias do meu cérebro
como novelos de nuvens
que escurecem o presente.
Sei lá se te amo
em rituais de sonambulismo
ou se apenas te desejo
nas noites que te não vejo.
Ou se me cubro e encubro
nos lençóis do inconformismo,
para arder, enregelada,
nos teus olhos que mentem...!
Sei lá se asfixio
com os novelos da alma.
Ou se os desenrolo
com dedos de alquimista.
Se o gelo das minhas manhãs,
aumentam o meu estado febril
ou se aumenta a minha vontade,
de morrer e depois ressuscitar.
Ah, sei lá…se procuro
as tuas impressões digitais
nas marcas do meu corpo
onde perduraste tempo demais.
Ou se ruíram definitivamente
todas as invisíveis pontes
para que eu não soubesse
como te rasgar do meu ventre.
(VÓNY FERREIRA)
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Comentários
Re: Poema do desespero
Sei lá se o céu se extingue
nas veias do meu cérebro
como novelos de nuvens
que escurecem o presente.
Bom poema!!!
:-)
Re: Poema do desespero
Vóny, minha amiga,
Tens uma forma tão singular de falar de amor! É incrível como neste poema passas verdadeiramente o desespero que nos assola quando amamos, porque junto temos o medo de perder e um medo que em alguns momentos nos confunde. Tu compreeendes e sabes escrever sobre a alma humana, sabes traduzir um eu que muitos outros eus vestem. Tocou-me, como sempre, muito este teu escrito!
Um beijo transoceânico.
Re: Poema do desespero
Tenho a impressão que a Vóny está a atravessar um mau momento de falta de confiança em si.
os seus ultimos poemas roçam um pouco o desespero, vá, levante esse moral e caminhe em frente.
Bjs vóny
A. da fonseca
Re: Poema do desespero
Belíssimo, belíssimo.
Minha alma veste este poema.
Grande abraço.