CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
POEMA RIDÍCULO (AI CIDADE)
Carros vespas,
ratos moscas, luzes névoas,
estrada parada, cuecas molhadas,
cimento pó, bocas descalças, nozes faróis
e vozes em nó.
Tempo litro,
pressa morta, árvores tombadas,
varandas vis, bigodes gay, rampas de aranha,
rio de livros e pessoas sós.
Cães uvas,
cartazes secos, sapatos de álcool,
cigarros de mentira, saliva legendada,
esplanada de bonecas, bilhar descaído,
alturas rasas e noite acordada.
Rodas ocas,
chuva de óculos,
candeeiros perfumados,
sirenes idóneas, dinheiro sujo,
vasos mil, pisca-piscas murmurados,
múmias campainha e montras gordas.
Casas pintadas,
fios emaranhados, corrupios letrados,
janelas vazias, água benta, azeite depilado,
escovas de aço, vinho do porto e olhos fechados.
Sinais falsos,
amor socalco, nuvens nervosas,
pedras atiradas, matrículas vampíricas,
cabelos ventríloquos, vassouras rotas, ruído usado
e silêncio de quando.
Mendigos ricos,
lixo maltratado, escadas rolantes,
gaiolas afogadas, prisões de ventre,
castelos de beijos, luxo pecado, espelhos de lama
e joelhos calejados.
Cadeiras frias,
correio parido, portas enferrujadas,
lentidão óleo, guardanapos fungados,
lábios rachados, poesia nua, batom de cerveja
e grito despenteado.
Carris desalinhados,
passadeiras castradas,
brinquedos salpicados, jardins de papel,
anéis sem dedos, relógios atrasados,
narizes constipados, música pálida
e orelhas roucas.
Sacos sem fundo,
caixotes sem tampa,
vidro quebrado, saias curtas,
volantes empenados, paixão doente,
cores sem temperatura, limões espremidos
e fogo imaginário.
Filas enforcadas,
pontes desmaiadas, chão de gelo,
bebés adultos, mães viúvas, gatos ciosos,
botões sem nexo, choros importados
e muletas de esperança.
Merda à vista,
garrafas sem rolha,
energia desperdiçada,
quiosques viciados, nomes escondidos,
alguidares de agulhas, sutiãs desempregados
e chocolate quente.
Ai cidade que és um poema ridículo.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 4371 leituras
Add comment
other contents of Henrique
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Aforismo | EGO MORIBUNDO | 3 | 2.319 | 01/03/2010 - 13:37 | Português | |
Poesia/Meditação | ERUDITA REBELDIA | 3 | 2.093 | 01/03/2010 - 02:35 | Português | |
Poesia/Geral | ***FELIZ NATAL*** | 6 | 1.505 | 12/31/2009 - 00:37 | Português | |
Poesia/Meditação | ÉPICO | 4 | 4.777 | 12/24/2009 - 00:29 | Português | |
Poesia/Paixão | RÉS-DO-CHÃO DAS PALAVRAS | 4 | 942 | 12/21/2009 - 21:57 | Português | |
Poesia/Aforismo | O DESTINO É UM MOINHO: | 7 | 1.882 | 12/16/2009 - 22:30 | Português | |
Poesia/Paixão | MULHER DRAGÃO | 8 | 1.575 | 12/16/2009 - 02:35 | Português | |
![]() |
Fotos/Rostos | R A I V A | 3 | 3.513 | 12/14/2009 - 03:22 | Português |
Poesia/Amor | RUA DA VIDA A DOIS | 4 | 1.111 | 12/14/2009 - 03:03 | Português | |
Poesia/Tristeza | LUAS INÓCUAS | 1 | 1.947 | 12/13/2009 - 01:51 | Português | |
Poesia/Tristeza | DESPEDIDA INFIEL | 2 | 694 | 12/13/2009 - 01:46 | Português | |
Poesia/Paixão | O NOSSO PRÓPRIO LUAR | 8 | 3.157 | 12/12/2009 - 01:10 | Português | |
Poesia/Meditação | CATACUMBAS DA CONSCIÊNCIA | 5 | 2.393 | 12/12/2009 - 00:52 | Português | |
Poesia/Meditação | HIPOCONDRÍACO | 3 | 1.893 | 12/11/2009 - 17:32 | Português | |
Poesia/Amor | ORFÃO DO PASSADO | 5 | 913 | 12/11/2009 - 17:20 | Português | |
Prosas/Outros | CARTA A BARACK OBAMA | 2 | 8.053 | 12/11/2009 - 02:27 | Português | |
Poesia/Fantasia | POESIA TRAGICÓMICA | 2 | 2.225 | 12/09/2009 - 11:11 | Português | |
Poesia/Meditação | DISCÍPULO DO PENSAMENTO | 4 | 3.722 | 12/07/2009 - 12:23 | Português | |
Poesia/Meditação | GRAVATAS DE POESIA | 4 | 1.596 | 12/06/2009 - 20:12 | Português | |
Poesia/Meditação | FIM DO MUNDO | 2 | 522 | 12/06/2009 - 20:01 | Português | |
Poesia/Amor | ESPERO GOTA A GOTA O TEU MAR | 6 | 1.050 | 12/06/2009 - 19:59 | Português | |
Poesia/Amor | DE LÉS A LÉS AO INFINITO | 6 | 2.680 | 12/05/2009 - 13:58 | Português | |
Poesia/Meditação | EQUAÇÃO DA VIDA ETERNA | 6 | 2.194 | 12/05/2009 - 13:48 | Português | |
Poesia/Meditação | COGNIÇÃO DO TEMPO | 2 | 2.936 | 12/05/2009 - 13:44 | Português | |
Poesia/Amor | TIME OF LOVE | 7 | 3.857 | 12/04/2009 - 23:26 | Português |
Comentários
POEMA RIDÍCULO (AI CIDADE)
É caso para dizer:
O que andam a fazer os ""Almeidas"?
Um abraço.
Vitor.