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POEMA SENTADO À BEIRA DO ABISMO


Morto à boleia da meia-noite,
o fogo voa acima do mar mentido
no casco de um barco que leva a poesia.

Maré de cardos.

Poema sentado à beira do abismo.

Bastardos os ventos ao leme do olhar.

Leito de ondas crespas, a bússola
no estômago da besta que isola a palavra.

Ilha de mil curvas, pedra de incisões turvas.

Chega de longe o sol
num enjoo de almas perdidas na noite.

Ausência escrita no deserto da parede.

Muralha de tristeza feita de peugadas na areia.

Praias de corpos
por onde a tarde caminha
no buraco da fechadura do sonho.

 

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quarta-feira, maio 18, 2011 - 23:18

Poesia :

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Henrique

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