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POESIA PARIDA

Arranquei sempre...
risos às pedras
Como um sol tangencial
a tocar noite.
Em arrebatamento
dormi no meio delas
Cobrindo-me de terra,
de bizarros ruídos.
Em cada poema
escrito
sentido
Tingi a lua
Com o meu olhar
vermelho,
Iluminado de cansaço...
Como se traduzisse
a alma incógnita
Em abstracção
nas cores do pensamento!
Arrebatei sempre...
o riso das flores
Como uma borboleta
exausta de vento
Em naufrágios perenes
e amnésias de mar
Perdida das conchas
de uma praia ausente.

- Nunca fui eu que pari a poesia.
Foi a poesia, que me pariu a mim…!

VÓNY FERREIRA

In Livro de Poesia e Prosa Poética
"Cascata de Sílabas"

Submited by

segunda-feira, janeiro 18, 2010 - 21:50

Poesia :

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admin

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Comentários

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Re: POESIA PARIDA

Eu que estudei psicologia, que devoro psicologia,
costumo dizer em jeito de brincadeira que a poesia
foi para mim sempre o melhor psicólogo já que é através dela que vou exorcizando os meus medos, os meus dilemas e quiçá? as minhas frustrações!
A sua análise é muito interessante.
A dor, a traição, a nostalgia, poderá perseguir-nos em termos subjectivos, já que muitas vezes me inspiro para escrever não em mim, mas em pessoas muito próximas.
Será alguma vez possível explicar-se a razão de um determinado poema?
Analiticamente é fácil, mas nem sempre o que parece é... dado o grau de lirismo, subjectividade, utopia mesmo, que inspira todo aquele que vive e necessita das palavras para falar de si, ou das emoções humanas.
Manuela, divaguei.... rs
Mas quero que saiba que apreciei muito o seu comentário.
Bem haja, por isso!
Bj
Vóny Ferreira

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