Poetisa

Poetisa

Ah, poetisa!
Procuro em vão
Disfarçar a lisonja
De saber-me a tua
Inspiração.
Assusto-me, quando penso
Que nenhum outro
Te terá por completo.
Que na hora da entrega,
Me chamarás em desespero.
Ah, poetisa!
Entristeço-me,
Quando sei que sangras
Em versos por mim.
Teu canto lírico,
Teu soluçar não
Serão para outro.
Mas, espera!
Não te afogues em prantos!
Espera na dobra do tempo.
Já estou atravessando
A calmaria da tua ilusão
Para te apertar contra o peito.
Eu te darei todo o amor,
Pelo qual suspiras.
E novos delírios que te farão
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Na solidão do teu quarto.
Lúcio Sarmento