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POR FAVOR

POR FAVOR

 

Por favor, não façam barulho, deixem – me dormir,

Ninguém pode adivinhar o que estou a sentir,

O meu silêncio é de ouro e faz – me meditar,

Por isso eu quero o silêncio do meu sono,

Do qual sou eu mesmo o seu próprio dono,

É com ele que eu quero estar,

 

O meu silêncio é igual à minha solidão,

É apenas um momento que me faz bem ao coração,

Além do mais, é o meu melhor conselheiro,

Dá – me a paz ou a guerra e guerra eu não quero ter,

Apenas quero o meu silêncio antes do meu nascer,

Quando estou com ele a pensar no meu travesseiro.

 

Não quero este silêncio todos os dias,

Quero também ouvir cantar e dizer alegorias,

Ouvir as vozes das crianças brincando,

Pois não quero o silêncio que me faz assustar,

Mas, sim o ruído do silêncio ao meu acordar,

Com a alegria da minha alma cantando.

 

Chamem por mim quando o silêncio for por muito tempo,

Quero sentir o sibilar forte vento,

Quero um abraço do silêncio do amor,

E ouvir dizer em segredo que ele me ama,

Para sentir o seu calor na minha cama,

Com toda a sua magia, mas sem a sua dor.

 

Os momentos do silêncio não dispenso,

Quero sentir o peso das coisas que eu penso,

Com palavras de conforto ao meu ouvido,

Não quero o silêncio que se diz eterno,

Mas, sim o silêncio das folhas que caem no Inverno,

E que vem do chão inerte, o seu gemido.

  

Quero ouvir o quebrar do silêncio da chuva que cai no chão,

Abraçar a chuva e senti – la escorregar pela minha mão,

Ela dá vida ao chão que todos os dias piso,

Silenciosamente do chão de onde brota a vida,

Silenciosamente cresce sem ser sentida,

E o silêncio me vai comandando o meu siso.

 

2008-Estêvão

 

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terça-feira, novembro 13, 2012 - 11:36

Poesia :

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José Custódio Estêvão

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