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PRISIONEIROS DA RUA

Prisioneiros da rua

 

A rua tem tantos e tantos prisioneiros,

Que pela condição lhes chamam desordeiros,

Vivem do nada para poder sobreviver,

Ficaram presos na rua por não ter onde viver.

 

Chamam-lhes marginas, assim, pela condição também,

Também têm como os outros um pai e uma mãe,

Pela fome pela amargura foram pela rua aprisionados,

Onde todos os dias vivem e são marginalizados.

 

A rua é imensa, a sua prisão cheia de liberdade,

Onde vivem prisioneiros sem esperança e sem dignidade,

São restos imundos atirados para a uma vida de lixeira,

Da sociedade humana, sem ninguém que os queira.

 

São considerados e escorraçados como cães vadios,

Estes prisioneiros de rua, humanos e bravios,

Sem escola, nem família vivem em autonomia,

Pois eles nada têm nem sequer uma família.

 

Estes prisioneiros apenas têm as grades do tempo,

E nesta casa sem tecto apenas sentem a chuva e o vento,

São ratos feitos humanos, vivendo nos sujos esgotos,

Onde a sociedade deita o lixo onde estendem os seus corpos.

 

Fazem do chão que outros pisam a sua própria cama,

E os outros passam, olham, desprezam, pela sua fama,

Como prisioneiros marcados, durante a vida inteira,

Fazendo da rua a sua casa, com um tecto feito de estrelas.

 

Estes prisioneiros da rua vivem nela aos bandos,

Como os pardais apenas comendo o que outros vão deixando,

Quer seja no chão e outras vezes roubam para comer,

E depois são açoitados e fogem com medo de morrer.

 

Estes prisioneiros da rua têm o um céu triste com tecto,

Têm as estrelas como mãe e a noite triste como afecto,

Já não têm lágrimas, nem esperança, já tudo secou,

Têm a rua como abrigo porque o céu da vida os expulsou. 

 

 

 

Tavira, 25 de Dezembro de 2011-Estêvão

Submited by

quarta-feira, julho 9, 2014 - 09:44

Poesia :

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José Custódio Estêvão

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Comentários

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Prisioneiros da Rua

Maravilhoso! Parabéns! Muito bom!
Abraços

http://oacendedordecoracoes.blogspot.com.br

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Poema

Muito obrigado pelo comentário. É uma realidade.
Abraços
Estêvão

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