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QUANDO O AMOR É MENTIRA
Quando o amor é mentira é tristeza.
A noite é uma tortura de insónia
que me trucida com almofadas espinhosas.
O escuro do quarto
é um pesadelo onde a cama
é uma sepultura com lápides inscritas de solidão.
As horas são tonturas
onde cada instante é uma serpente venenosa
que morde o desejo com fogo que dói na alma.
O brilho das estrelas,
desaparece humedecido
por uma lágrima que grita
pelo rosto onde a paixão já não arde.
O olhar fica um fosso,
onde me morre o corpo
num cigarro mil vezes fumado.
Quando o amor é distância.
O dia é um longe
onde não me encontro gente.
Pensar é um abismo
por onde me caem as mãos vazias
numa canção de lençol frio que sinto na pele.
Os horizontes
são letras fantasmas
sem lugar onde pousar na minha voz.
Saem de mim choros
que se perdem por becos
sem saída na madrugada apagada.
A vida
que me rodeia
é um touro enfurecido
na arena da poesia que suspiro calado.
Quando o amor é saudade.
O meu sorriso
é um chão de vidros quebrados
por onde caminha o meu silêncio descalço.
O vento
é uma estrada à beira de nada
por onde os meus pulsos se bandeiam.
A esperança
é um farol por entre nevoeiros
de ausência cuja densidade é carência de amar.
Uma falta
que em mim são lâminas
que soltam o sangue das marés
sofridas neste mar crespamente inanimado.
Quando o amor é adeus.
O céu cai lamento
sobre a terra gemida de lama.
O Eu são volts
em curto-circuito no eco da luz
que me guia ao altar do meu óbito.
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Comentários
Tão lindo!!! Amei o
Tão lindo!!!
Amei o poema!
Bjinhs
Quando o amor...
Um lamento, em crescendo, fazendo-me lembrar os ultra-românticos, numa modernidade pelo uso inusitado das palavras, resultando em metáforas nada convencionais...Sempre a precisar de uma leitura pausada e de (quase) quebra-cabeças!!! Parabéns, Henrique :)