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QUEIXUMES
QUEIXUMES
Queixumes sempre escondidos,
Só os oiço nos meus ouvidos,
Não vale a pena tentar divulgar,
O que me está sempre a perturbar.
A mim mesmo eu sempre me queixo,
Na minha solidão eu me deixo,
Pareço aquilo que não sou,
Aos olhos de quem me escutou.
Os queixumes de nada me servem,
Mas dentro de mim eles fervem,
Só para mim eles se queixam,
Mal ou bem nunca me deixam.
Tantos queixumes para quê?
Ninguém os ouve nem os vê,
Só a mim eles me querem,
A mais ninguém eles servem.
Os meus queixumes de mim não saem,
Só de mim eles nascem e morrem,
Ficam agarrados às minhas entranhas,
Presos nas suas teias de aranhas.
Eles são tão velhos como eu,
Se estão comigo, alguém mos deu,
Somos cúmplices no meu tempo,
E são levados pelo vento.
2006-Estêvão
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José Custódio Estêvão
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