RAÍZES

Quando nasci e meus olhos se abriram
Contemplei minha fonte da vida.
Aquela que desde o ventre já me amava,
Agora em seu colo me abriga.

Foram seis anos ao seu lado.
Tinha suas lutas, mas não desanimava.
Era mulher, mãe de quatro filhos,
Além da casa, numa empresa trabalhava.

Mesmo cansada após um dia de trabalho
Seu carinho não me negava.
Beijava e me abraçava,
Sentia-me muito amado.

Dizem que o que é bom dura pouco;
Assim aconteceu comigo.
A morte veio de repente
E levou minha mãe querida.

Já são trinta e seis anos sem ela.
Como sinto sua ausência!
Parte de minhas carências
São reflexos da falta dela.

Minhas raízes não se aprofundaram.
Sou como uma planta debilitada.
Se não fosse o Grande Jardineiro,
Já teria sido arrancada.

Sinto falta dela para me aconselhar,
Até mesmo para desabafar.
Sinto falta dos abraços
Que encontrava em seus braços.

Sinto falta de seus elogios,
Seus incentivos altruístas.
Sua fé em minha pessoa,
Sua benção otimista.

Sinto falta de seus beijos
E de seus cafunés.
Beijos e carícias de mãe,
Diferente dos de uma mulher.

Parece desabafo de criança,
Mas é o que me faz tanta falta.
Sondando meu coração
Listei estas razões nesta pauta.

Podes me chamar de fraco,
Até mesmo de depressivo.
Mas a desestrutura familiar
É um mal muito nocivo.

Pessoas que crescem sem pais,
Sem pais com boas influências,
Sem carinho, amor, segurança e fé,
Podem ter sérias doenças.

Doenças de caráter,
Doenças psicológicas,
Doenças da alma,
Carências e até demências.

Cuidemos de nossas famílias,
Lembremos de nossos filhos.
Sejamos pais presentes,
Mesmo que sejamos também carentes.

Peçamos Àquele que é Pai e Mãe,
Ele que idealizou a família e suas diretrizes,
Para nos ajudar nessa difícil caminhada,
Amenizando, alimentando, neutralizando,
Assim cuidando de nossas RAÍZES...