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Rainha de copas
A todos aqueles que lêem livros rasos, contudo a duas moças em especial...
Temo, superficial supérflua superfície:
Haverá o que de mim em ti eu confidencie?
Tenho-te às mãos e julgo a tua imagem bonita:
Sou superficialista? O teu naipe e a tua cor
Vejo, e temo a pensar no valor do teu amor
Por palavras tão superficialmente escritas:
Rainha de copas és em meio aos hindu-arábicos,
Representação destes meus metros silábicos;
És em minhas mãos, a pose de austeridade
Mais bonita e inda assim se ponho-te virada...
Desminta-me: se não podes me ver tu nada
Vês além de tanta superficialidade!
Ó! supérflua superfície superficial,
Eu já sinto um pesar! Sinto que me leias mal
Por eu melhor, quase tão bem, ‘star escrevendo!
E por bagunçar o plano que eu tenho em mãos
Quereres temo, e grande alguma confusão
Até parece que aqui escrita já estou vendo!
Confusão uma em meio ao meu bem marcado jogo...
Podes ser rainha, mas eu sozinho não jogo.
Mesmo rainha num baralho somente há duas
Cartas posando assim, igualmente dignas.
E saiba, se isto ainda tanto não te indigna:
Rainhas, entretanto em nossas QUATRO mãos nuas!
E és de cores tão vivas e inda assim tão fria...
Contudo como é que a si mesmo tu lerias?
O teu coração reside na superfície,
És de copas e o teu amor se resume a uma imagem,
Raro pareceste ir muito além destas margens:
Eis o temor que aqui a princípio eu te disse!
Das palavras desejas se manter viva
Contudo como, se em ti o que cada uma aviva
É incapaz de dar vida às seguintes palavras?
Como apreciar se contudo cheios destes contudos
Os escritos que mais dizem então se verem mudos,
Frustrados, sem valor apesar da escrita cara?
Pense então na mão que a tua realeza desenha
E pense na tua boa mão de engendrar resenhas:
Tens um cetro e tu o moves com toda a destreza
Contudo o teu meneio logo será esquecido:
Os teus melhores livros terão merecido
Isto? Que isto faz da tua suposta realeza?
Banal, mas é profundo e imenso: reconheço.
Contudo se somente algo tem sido impresso
É o tratar supérfluo dado às obras de arte.
E a reconhecer não sou o único, e não me livro
Disto que há de ser tal a leitura dos teus livros:
Mesmo rainha ao fim de jogo serás descarte...
25 de fevereiro de 2013 – 01h 32min
João Pessoa - Paraíba - Brasil
Adolfo J. de Lima
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Poesia :
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Comentários
O que Alice sofreu às mãos da
O que Alice sofreu às mãos da Rainha de Copas...
ou não é dessa rainha que falas?!... rss.
Bom, rainha de copas, talvez e principalMente por as copas terem coração,
como coração têm os românticos e apaixonadas - mais que o costume.
E sigam céleres as boas leituras desta vida!
1 abraç0o!
_Abilio
Quem mais tem d'Alice nesta história sou eu. Eis minha angústia:
Pior que não, não é sobre esta rainha. Contudo eu não vou te negar, ao término do poema, que eu pensei nela e quase me arrependi como poeta, como artista, de não ter usado-a como referência nalguma destas metáforas... rss
A rainha de copas me veio a mente em devaneios, quando eu deveria ir dormir: já estava caindo no sono, mas junto à inspiração me veio a ideia de escrever naquele momento: são sobre duas amigas que muito lêem e escrevem sobre o que lêem, contudo o que eleas lêem não somente eu julgo como sendo tão escasso de profundidade: elas têm amor pelo o que fazem, de fato têm, contudo é como uma carta da rainha de copas: é bonito, mas é um tanto superficial o que elas fazem... "Banal, mas é profundo e imenso: reconheço.", E escrevendo elas duas sempre muito bens, ótimas escritoras cada uma em seu estilo eu acompanho o seu crescimento, e elogio e critico e incentivo, contudo me é em boa parte das vezes tão raso... E não é exclusicva minha a "impressão". Por isso as "QUATRO mãos". Por exemplo: elas duas nem mesmo para se "defender" quanto a este poema, quanto a esta "declaração de guerra" feito eu descrevi para elas.
Célebres a sua leitura, contudo elas poderiam as tornar ainda mais: muito torço o meu juízo a fim de não de mais torce o delas a fim disto: de celebrarmos a nossas escritas e leituras!
E sê bem vindo de novo: mania a tua de sumir, não é mesmo? =D
Um grande abraço, caro Abílio!