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A REFORMA
A reforma
Eu sei que vais para a reforma,
Cumprir uma social norma,
Pensas que te vais sentir em liberdade,
Não vais gostar de te sentir uma nulidade,
Não vais ter nada para fazer,
E vais sentir-te aos poucos morrer.
Vais andar pelos bancos de um jardim,
Sentas-te e pensas no teu fim,
Começas a sentir saudade do teu emprego,
Pensas e agora sentes da vida o medo,
Cheio de sabedoria e de experiência,
É para esqueceres agora nesta tua vivência.
Estavas desejando de sair do activo,
E agora eu sei que te sentes um mendigo,
Pedindo à vida que não se despeça,
Do teu corpo e da alma que fenece,
Lentamente e tu te vais apercebendo,
Que vives apenas do vento que vais bebendo.
Já não tens os teus amigos do teu emprego,
Sentes-te abandonado e com medo,
Andas para trás e para a frente,
Mas andar para trás é o que tu sentes,
Todos os dias e até já andas a sonhar,
Que qualquer dia até deixas de pensar.
Tudo isto será assim, se assim tu quiseres,
Dá asas à tua experiência pelos teus saberes,
Que aprendeste tanto durante o teu trabalho,
De vez em quando ainda pensas, nada valho,
Mas dá asas à tua fértil imaginação,
Não deixes morrer o teu coração.
Se assim fizeres a tua vida começa de novo,
E deixa de ficar cheia que nem um ovo,
Dos teus pensamentos que só te resta morrer,
Mas, rapidamente de novo começas a viver,
Não queimes o teu tempo apenas esperando,
Que o tempo a pouco e pouco te vai levando.
Tavira, 28 de Maio de 2012-Estêvão
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