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REMAR CONTRA A MARÉ

Sinto um buraco na alma.

Na cabeça
um martelar acústico
de insatisfação,
nada me leve ao extremo.

Estou cansada
de remar contra a maré,
dou-me à dor
numa espiral de lágrimas
ressequidas.

Na garganta,
estrangulados ficam
os soluços
por ninguém notados.

Receio ficar doida,
me passar para as margens
de além desconhecido por mim.

Que faço?

Quase não reconheço quem sou.

Na cabeça
sinto o bater de um pêndulo
do relógio enferrujado
por barulhentos
pensamentos dolorosos.

Sinto-me naufraga
num mar sem água
tal miragem no deserto.

Afundo lentamente
nesta morte em vida.

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domingo, setembro 5, 2010 - 00:02

Poesia :

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mariamateus

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Comentários

imagem de nunomarques

Re: REMAR CONTRA A MARÉ

Belo e sentido poema, porem muito triste, numa cadencia que embala o leitor nas tuas lágrimas

Receio ficar doida,
me passar para as margens
de além desconhecido por mim.

Beijo

imagem de Henrique

Re: REMAR CONTRA A MARÉ

Na garganta,
estrangulados ficam
os soluços
por ninguém notados.

O pior dos gritos é aquele por soltar!!!

Tantas vezes só a poesia nos solta o grito!!!

Triste mas um bom poema!!!

Beijo

:-)

imagem de Clarisse

Re: REMAR CONTRA A MARÉ

Quem nunca se sentiu assim?! A vontade de parar o barco, deitarmo-nos ao mar e deixarmo-nos afogar. Um poema forte e repleto de tristeza. Apesar disso, gostei muito de ler.
Beijo,
Clarisse

imagem de marialds

Re: REMAR CONTRA A MARÉ

Momentos da vida identificaveis a todos os vivos na morte.
Linda poesia, ótima descrição da vida cotidiana.

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