RIOS DE SANGUE

RIOS DE SANGUE

Da minha cabeça aos meus pés, rios de sangue atravessam o meu corpo,

Eles transportam a minha vida, dentro de mim de um lado para o outro,

Correm pelos vales, montanhas, planícies, empurrados pelo meu coração,

Sem foz, sem nascente, nem mar onde despejem a sua monção.

O meu sangue é vermelho e corre no leito dos meus rios meandrosos,

Cheios de milhares de afluentes que irrigam todos os meus poros,

Eles dão força à minha vida mas, vão envelhecendo lentamente,

Mas, antes já deram vida a outros corpos para correrem continuadamente.

O meu sangue não é só meu, foi doado pelos meus pais que já foram retirados,

Da senda das suas vidas, ma, por mim estão a ser continuados,

O meu sangue ainda quente vai correndo pelos meus milhares de rios,

Até que um dia deixem de correr no meu corpo e de quentes se tornem frios.

2007-Estêvão