Robots Amorfos

Robots Amorfos

Ouve-se o grito da morte que aperta o gatilho, faz-se ouvir um tiro
Matina, neblina cerrada no pouco de nada onde triste me insiro
Disperso na imensidão, perto de ninguém, longe de tudo
Abafado pela multidão de ideias fechadas e um cântico mudo
Na marcha das almas perdidas, dos mortos com vida que olham sem ver
Cegos e surdos robots que apenas sobrevivem sem querer saber
Espero, aguardo o dia em que então irei voar
Preso numa rotina, vida em ruínas por acabar
Em fase de construção, alienação por revelar
Rebeldia, anarquia, mas liberdade para mudar
Quem só faz o que é suposto perdeu um sonho ou não quer sonhar
Miseráveis são essas vidas de quem dorme sem acordar
É certo que o tempo não espera mas mal insiste em passar
É certo como as certezas que nunca pude encontrar
Na imprecisão da dúvida se tenho algo mais para dar
A pessoas que se contentam apenas em respirar
Mundo novo e nada muda num robótico olhar
Dos amorfos seres vivos com quem partilho ar