Só eu

Chegas devagar
insinuante
como o primeiro dia dum mês de Verão
mãos de piano
olhar de céu
palavras murmuradas na distância que nos aproxima
toque suave
de corpo aventura
abraço firme
de quem me quer
beijo prolongado
desejo (in)disfarçado
que me faz sentir
(tua) Mulher.

Assim é
a primeira vez
em que nada se sabe
e tudo se inventa
num adivinhar
em que o limite
é a imaginação.

Gemidos,
suspiros,
gritos de prazer
murmúrios,
odores,
aromas a beber
líquidos
derramados sem pressa
numa noite que amanhece a correr.

Tarde submersa
corpos nus
almas que se buscam
numa invocação
sublime
a viagem de regresso
musica no coração
sorrisos cúmplices
felicidade ganha
como uma aparição.

Em que penso?

Ser A única, sem divisão!