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SE

Se

 

Se as portas do tempo se fechassem,

E a luz das estrelas se apagassem,

Se  o vento deixasse de soprar,

E a Terra deixasse de girar,

O que é que poderia acontecer?

Alguém se atreve a prever?

 

As árvores deixariam de o ser,

Todas elas iriam morrer,

O verde dos campos vestia – se de luto,

A natureza deixava de ter estatuto,

O mar deixava de se mostrar,

Os pescadores deixavam de pescar.

 

As ondas deixavam de bater,

Nas praias não mais iriam morrer,

Os pássaros deixariam de voar,

Não tinham árvores onde pousar,

Não tinham charcos onde beber.

 

Todas as vidas iriam desaparecer,

Os cães deixavam de uivar,

Os gatos deixavam de miar,

Todos deixariam de existir,

Nem lágrimas haveria para carpir.

 

Todos os olhos deixariam de ver,

As emoções deixaria de haver,

As vozes deixariam de se ouvir,

O caos regressaria do porvir,

O silencio acabava por se impor,

Morreria o ódio e o amor.

 

Não mais haveria armas de matar,

E os homens não poderiam chorar,

Nos jardins não mais haveria flores,

Com as suas lindas cores,

A escuridão seria a luz do tempo,

E a mansidão a força do vento.

 

A razão não mais teria razão,

O conhecimento seria escuridão,

Não mais haveria memórias,

Nem livros das suas histórias,

A vida deixaria de o ser

E assim julgo o que iria acontecer.

 

Tavira, 14 de Outubro de 2010 - Estêvão

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quinta-feira, março 7, 2013 - 11:15

Poesia :

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José Custódio Estêvão

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