Ser-Só-Eu

Desespera-se por não saber quem és.
Ridiculamente sem identidade,
Sem louvor de um querer que não sabe se é seu.
Olha as pessoas passando, fica inerte.
Viaja em seu passado buscando traços do que é hoje
E conclui que mudou. Sabe que a vida não para.
Os gostos mudam. As crianças obrigatoriamente crescem
E sua inocência se vai junto com a notícia de que
Papai Noel não existe.

Aliás, quem dera que a vida nos desse tudo aquilo que
Queremos como nossos pais faziam na época de Natal.
Muitos de nossos problemas se resolvem com um abraço forte e
Um beijinho no rosto que quer dizer:
“Estou aqui, conte comigo tá?”

O não-saber quem é, se mistura com o que foi e com o que é hoje.
E beirando a loucura se questiona: “Quem sou eu?”
“Estou sendo quem quero ser e o que deveria ser ou sou o que
Os acontecimentos me fizeram ser?”

{“Não sei se esse sou eu, ou se estou sendo só pra contrariar
quem não quer que eu seja. E se sou todos esses em um só?
Será que gosto disso?”}

Voltando a realidade depois de cansar a cabeça com tantas perguntas,
Observa as pessoas na rua.
Algumas o cumprimentam, outras sorriem e talvez até debochem de si.
Levanta-se da calçada que se fez confidente e estampa um belo sorriso
Em seu rosto.

[Obriga-se a viver,
Não se deixa cair.]

Sabe que tudo se transforma e como última conclusão
Percebe que ama a si mesmo de qualquer maneira porque
Um dia já não serás o mesmo e assim

Sucessivamente...

{Créditos: Música: Speechless - Lady Gaga

Texto e edição por Charlles Rb. Souza}