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A solidão dos vivos
Perdidos como navegantes desorientados
Iguais zumbis trôpegos sem direção
E ébrios cambaleantes
Perambulam pelas grandes cidades
Como formigas em formigueiros destruídos.
O sangue jorra pelas calçadas
Um turbilhão de emoções em vidas paralelas
De pessoas que não olham para o lado
Porque não querem nem saber
Se existem semelhantes jogados nas sarjetas.
Seguem o fluxo de suas rotinas
Barulhos não são ouvidos por causa de seus fones
Cada um vive em seu mundo particular
Mesmo estando caminhando entre multidões
A solidão dos vivos parece a morte.
Um mundo que já passa de oito bilhões
Uma Babel que já atinge os céus com seus altos edifícios
Uma gente que destoem tudo pela frente
Uma geração que não pensa no futuro logo ali
E nos perguntamos como será o amanhã.
O salto da humanidade não parece ter sido pensado
E os domínios seguem uma ordem não natural das coisas
Envelhecemos nas cidades, morremos nas praças,
Sem que ninguém perceba o fim de cada um de nós
Porque a solidão dos vivos não termina nunca.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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