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sombras
Podia ficar acordada para sempre
para que nos olhos abertos, todas as imagens se gravassem.
Alucinação em fogo de artificio.
O tempo agarra-se pegajoso
prende-me os passos.
Queria soltar-me de uma vez e mergulhar no abismo.
Desmaiar de abandono, para acordar renovada
numa praia adormecida, onde barco algum chegou.
Vida de sombra, no vazio das sombras.
Projecto o mundo das ideias
que algures na era das luzes, o dilúvio inundou.
Desilusão.
Na vertigem do desconhecido, passeia a brisa da manhã, e o perfume de flores recem-nascidas.
O canto da noite soltou-se num grito.
São os demónios que batem à porta.
Avançam muros e fronteiras
esventram ratos e cavalos.
Para que a esperança se perca
e as ilusões se gastem, uma a uma,
até não restar mais nada...
excerto do conto "a princesa do norte"
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Comentários
Re: sombras
Quando se desabafa tristeza em poesia,
é uma alegria.
:-)
Re: sombras
Querida poetisa
As desilusões podem desaparecer
mas o raio de Esperança precisa
prevalecer para sentir novamente
o perfume das flores e deitar ao
relento da grama e ver o sol nascer
novamente....
Beijo no coração