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As Sombras que Nos Inflamam

Avultava, grasnante, grou necrófago,
Confiante, repousado
Em galho de longa espera.
Entoava bruxedos
Incitando ao definhamento,
Esculpindo sarcófago,
Em lenho esconjurado.
Aves vis subjugavam a Primavera
Atrás da porta dos medos,
Adubavam o desalento
Bem fundo da alma:
… A alma desanimada.

Trepanaram o Céu
Em astronómica cavidade.
Invadiram-no pelo covil da traição,
Roeram os livros sagrados
Da justiça;
Estropiaram os candelabros
Do iluminismo divino;
Apagaram as estrelas
Em opressor véu.
E, em tamanha insanidade,
Emboscaram-se na força da razão,
Arremessando dúvidas a apostolados,
Cravando de cristais de cortiça
O íntimo da alma:
… A alma cruzada.

E a alma
Fez-se corpórea,
Reencarnando num sono manso,
Em demanda do remendo do céu,
Amputada de audição
Para o sinistro grasnar.
Arvorou-se de confortos
Entre os seus,
Abrigada, de fibras de palma
Teceu a ponte para a vitória.
Estrebuchou e de um balanço
Esfarrapou o abjecto véu
E atulhou a fossa da maldição.
Calou-se pernicioso cantar
Com o tombar de todos os grous, mortos.
Rasgaram-se as tenebrosidades
No coração da alma:
… A alma reacendida.

Andarilhus
IX : II : MMX

Submited by

terça-feira, fevereiro 9, 2010 - 16:23

Poesia :

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Andarilhus

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Comentários

imagem de MarneDulinski

Re: As Sombras que Nos Inflamam

LINDO POEMA, GOSTEI MUITO!
Meus parabéns,
Marne

imagem de Anita

Re: As Sombras que Nos Inflamam

A alma e sua obscuridade
A alma e sua iluminação
Os dois lados e um só modo de escrever... o seu.

Saudações, Anita

imagem de Henrique

Re: As Sombras que Nos Inflamam

E a alma
Fez-se corpórea.

O reacender da alma num poema fantástico...

:-)

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