Sorriso

Depois de ser e mais nada…que me fazia confusão viver.
Andei por aí!
Porque do corpo só levo os ossos, então, do que fosse me importaria para guardar o canastro aos futuros inalcançáveis.
O tempo é uma descrição que assiste ao nosso velório diário, que celebra o não querer morrer.
Por vezes temos saudades de coisas que não passamos…
Porquanto, nos sentimos injustiçados… mas vamos…assim como eu, andando por aí num reclame luminoso de vida e mais…
Pedaço de gente inconstante que traça as cidades a fabricar dias diferentes…da noite.
Esconjuro a repentes tão urgentes como ao ócio a que me dou, pecados inflamados pela soma dos pretéritos imperfeitos que me fiz…ainda assim, não me ordeno penitente e sacral á mentira de um deus inventado á medida dos meus erros.
Errar é tão certo como acertar numa equação imprevisível como existir.
A vida é um remake…mal amanhado…um argumento revivalista que entorta a geometria variável como os sonhos no gelo da idade.
De vida e mais…ando.
A respirar de plenos elementos banhados de sol e arvoredo e cidades ao fim da tarde.
A reinventar amores que se fazem corpos crentes no vício da paixão.
Depois há tudo o mais…a trivialidade sacarina que adoça momentos fúteis de sensações fugazes, dedicadas inércias que captam o pôr-do-sol em instantâneos de sorriso…
E seja aonde o importante se grite…jamais esquecer…o sorriso…o sorriso…até ao suspiro que nos leva…
Onde não seremos…mais…
Resta-me andar por aqui…andar por aí…
A não querer morrer…a não querer que morra…
O sorriso.