CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Strange V - A vida é tão curta
O perigo tornara-se uma ameaça bem real.
Depois do fósforo acendido e do tapete incendiado
era a vez dos cortinados terem os últimos instantes;
tomara conta das tábuas envernizadas do chão
uma chama incandescente muito semelhante ao ódio
dos guerreiros que matam inocentes sem sentido.
Erguia-se o fumo em colunas demasiado altas
para lhe escapares por cima ou por baixo.
- Era chegada a hora da despedida?
os vidros estilhaçados pelo calor espetando-te a pele,
as lágrimas de agonia
tentando apagar as labaredas incontroláveis.
Sabias que a morte viria num dia de maior cansaço,
quando não sentisses os membros e a boca secasse,
e agora, a sede mantinha-se mas os membros doíam.
Doíam tão intensamente que os gritos me chegavam.
A água das mangueiras batalhava com as chamas.
- Que guerra cruel lutar contra esse demónio imprevisível.
Encharquei as roupas e corri entre os escombros,
sem saber se a aqueles eram os escombros com que sonhava
tantas vezes, e que haviam sido a realidade
do meu estado de espírito mais maltratado.
Ainda assim avancei sem vacilar,
ainda assim caminhei sem hesitar um segundo
ou uma milésima que fosse.
Por fim alcançei-te num canto a chorar, ensanguentada,
e a pele queimada como se o sol tivesse entrado pela janela,
ou uma estrela cadente te tivesse circundado a alma.
Resgatei-te e nesse preciso momento o fogo extinguiu-se.
Porque me havia zangado contigo antes,
se afinal a vida é tão curta?
Agora olho-te as cicatrizes que ficaram para sempre.
Reconheço-as como sendo a minha culpa. Fora a minha
raiva que ateara as chamas...
No entanto a voz do coração alertou-me a tempo:
- Hoje sei porque em mim não há raiva nem ódio. Porque
não há chamas destruidoras nem pensamentos maléficos.
Enfim reconheço a casa onde sem saber me embalaste,
onde cresci, e por mais que chorasse e irritasse...
nunca me odiaste.
rainbowsky
2002
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1706 leituras
other contents of rainbowsky
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Ministério da Poesia/Fantasia | Diálogo transparente | 0 | 1.504 | 11/19/2010 - 19:27 | Português | |
Ministério da Poesia/Meditação | Escreves ou não? | 0 | 2.579 | 11/19/2010 - 19:27 | Português | |
Ministério da Poesia/Intervenção | Esperanças | 0 | 1.648 | 11/19/2010 - 19:27 | Português | |
Ministério da Poesia/Amor | Estrela | 0 | 3.313 | 11/19/2010 - 19:27 | Português | |
Ministério da Poesia/Meditação | Farol identidade | 0 | 2.380 | 11/19/2010 - 19:27 | Português | |
Ministério da Poesia/Desilusão | Feitiço | 0 | 1.843 | 11/19/2010 - 19:27 | Português | |
Ministério da Poesia/Paixão | Gelo violeta | 0 | 1.826 | 11/19/2010 - 19:27 | Português | |
Ministério da Poesia/Amor | Há tanta luz | 0 | 2.355 | 11/19/2010 - 19:27 | Português | |
Poesia/Amor | Medo | 3 | 1.154 | 09/21/2010 - 06:54 | Português | |
Poesia/Intervenção | Desassossego | 3 | 2.118 | 09/16/2010 - 22:06 | Português | |
Poesia/Geral | Expresso descafeinado | 2 | 1.810 | 09/16/2010 - 21:38 | Português | |
Poesia/Tristeza | Não pedi à caneta | 4 | 1.277 | 09/11/2010 - 01:33 | Português | |
Poesia/Pensamentos | A estrada íngreme | 1 | 1.358 | 09/01/2010 - 01:43 | Português | |
Poesia/Amor | TU FAZES-ME DELIRAR... | 4 | 1.656 | 08/29/2010 - 21:11 | Português | |
Poesia/Amor | Ponto de luz | 2 | 820 | 08/23/2010 - 17:05 | Português | |
Poesia/Intervenção | Guerra e uma pequena flor | 1 | 1.532 | 08/16/2010 - 00:32 | Português | |
Poesia/Intervenção | Guerra e uma pequena esperança | 1 | 1.068 | 08/15/2010 - 21:06 | Português | |
Poesia/Amor | Homem de negro em arame branco | 3 | 1.067 | 08/14/2010 - 18:58 | Português | |
Poesia/Geral | Caixa de correio | 5 | 1.243 | 08/14/2010 - 14:17 | Português | |
Poesia/Tristeza | Mata-me o gelo no teu copo | 1 | 1.048 | 08/10/2010 - 17:35 | Português | |
Poesia/Tristeza | Silencio-me nas tuas mãos... | 3 | 993 | 08/10/2010 - 01:01 | Português | |
Poesia/Meditação | Neste planeta... | 2 | 1.163 | 08/05/2010 - 01:17 | Português | |
Poesia/Tristeza | Viver às escuras | 3 | 1.118 | 08/04/2010 - 02:17 | Português | |
Poesia/Desilusão | A visita do carteiro | 3 | 1.439 | 08/03/2010 - 23:57 | Português | |
Poesia/Meditação | Languescente terminação | 2 | 1.669 | 08/03/2010 - 18:53 | Português |
Add comment