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TELEFONA-TE E NÃO ATENDAS

Trazes no corpo
o guarda-roupa em volúpias de mofo
que espiras no buraco da agulha
com que coses o teu chulé em prosa fedorenta.

Caminhas
no catarro de uma passerelle
de naftalinas que te perfumam os sovacos.

No sorriso alardeias
cinzeiros de fadas fundidas.

No poço da tua boca
mastigas chicletes ligth
de aroma a cotonetes sujos.

O teu hálito
é de hóstias benzidas por pecado.

Tuas mãos
cavalgam ladras
no ladrar dos cães que mordes
medicada de facturas por pagar.

Nos teus dedos
ficaram as marcas dos anéis
que penhoraste para te comprares
numa loja de usados em saldo.

Com voz
de escrever à máquina sem tinta,
ressonas átomos de bagaço
que te embriaga as cataratas.

Amas de garganta rouca
em tons de tripas postiças.

Teus beijos
de sabor a bigode acabado de tirar,
envenenam o bife
que as tuas salivas de loucura degustam.

O teu sexo
mascarado de barbas
de um velho fumador,
faz sombra num copo de vinho menstruado.

Abanas
as nádegas eólicamente
para que se acendam os candeeiros
no arroto teu olhar onde as remelas
fazem zoom às tuas rugas grávidas de priscas.

Trazes o rosto
maquilhado de foguetes
estoirados nas festas de rabo pró ar.

Na língua
picas o bilhete
para ires de ferro de engomar
até à orgia dos piolhos que por ti pensam.

Telefona-te e não atendas
enquanto acendes um cigarro
para fumares a vida.

Fazes ginástica
com pratos por lavar
no luar da cozinha
que não sabes cozinhar.

Carregas ao colo
pirilampos que julgas serem estrelas
quando fazes o pino de pernas abertas
ao vento que te coita os odores.

Quando falas
és um estádio de futebol
cheio de peidos com que celebras
o 25 de Abril do teu corpo.

O teu nu
é mordiscado pelos ratos
que procriam no sótão das tuas ideias.

Penteias o cabelo
com pés de couves num espelho
sem reflexo onde te miras pneu furado.

Enches os seios
com fumo de um incêndio
que sentes arder nas calças de homem
a quem ofereces o viagra da tua prostitutidade.

Vida perniciosa…

Poema dedicado à vida
quando nos sentimos em baixo!!!

Porque rir é o melhor remédio!

:-)

Submited by

domingo, agosto 8, 2010 - 16:23

Poesia :

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Henrique

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Offline
Título: Membro
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Comentários

imagem de MariaButterfly

Re: TELEFONA-TE E NÃO ATENDAS

dos poemas mais engraçados que ja li!

esta demais!
O teu hálito
é de hóstias benzidas por pecado.

adoreiii!|

imagem de MargaridaRibeiro

Re: TELEFONA-TE E NÃO ATENDAS

Uma acidez virulenta que despoleta os musculos infames em convulsões e esgares de incredulidade. Há sentidos tão abjectos, horrendos, nauseantes que os intersticios dos significados atiram tomates de dentaduras para o ar.

Divertido!

8-) :plol

imagem de Tiger

Re: TELEFONA-TE E NÃO ATENDAS

Telefona-te e não atendas
enquanto acendes um cigarro
para fumares a vida.

Bom para descontrair kkkk
muito bommm

imagem de RosaDSaron

Re: TELEFONA-TE E NÃO ATENDAS

Nossa!
Olha me desculpe amigo,mas não pude deixar de dar umas boas gargalhadas...kkkkkkkk...amei D+++++++++++!
Assim eu vou rejuvenescer uns 10 anos!

Parabéns pela partilha!

Beijinhos ternos

Rosa

imagem de Henrique

Re: TELEFONA-TE E NÃO ATENDAS p/ Um Mestre

Obrigado amigo!!!

:-)

imagem de varenkadefatima

Re: TELEFONA-TE E NÃO ATENDAS

Henrique,

Pode ter certeza sorri bastanta.
Mas, o nu com os ratos,rsrsrsrsrrsrsrsr
Gostei de ler.

Abraço

Varenka

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