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Tenho escrito demasiado em horas postas
Tenho escrito demais em horas gastas...
Tenho escrito demais, em vulgares gotas,
De que jorram gastas, comuns coisas e lugares,
Umas menos claras, mas todas apáticas
E feitas de maus versos, verbos regulares
E colagens, enxertos d’ textos, teorias
Outras realidades que conto, iguais exteriores,
A pretexto de serem partes de flores, velhas
Espécies, raras ou horrores, por isso mesmo seculares
Confundi-as c’os cometas, d’ caudas devolutas
Destes Debates, dessas diluídas luzes
Mortas, enigmáticas, alheias, hepáticas
Notas de, efemérides e depostas vozes
Onde me exprimo! Nas opostas letras…
Emocionais? Intensas? Letras sem pés,
Tantos símbolos, Tantas escritas, tantas vidas
Por quem sou ademais estranho e aprendiz
De diversas forças, antagónicas e desesperadas.
(tenho escrito demasiado e sem gosto, indecentes
E perfeitamente alinhadas coisas, breves, inoportunas,
Tantas as que gostaria de falar, com os meus mestres
E ser o pó nas estradas, deles pisadas, veias,
De gotas fantásticas e nem sempre iguais a docentes
Riachos correndo, regulando, por d’entre, as enxurradas)
Todas as teorias minhas não passam disso mesmo, magras flores,
Onde espeto fragmentos de dizeres d’outros em obras póstumas.
Jorge Santos (03/2011)
http://joel-matos.blogspot.com
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Comentários
obrigado
pelo comentario
Todas as teorias minhas não passam disso mesmo, magras flores,
"Todas as teorias minhas não passam disso mesmo, magras flores,
Onde espeto fragmentos de dizeres d’outros em obras póstumas."
Prezado Joel
Quem nunca teve esta sensação ou nunca chegou a esta conclusão?!
Feliz, muito feliz é o que chega a ela!
Contudo penso que viver seja, por vezes, encontrar ângulos de experiências alheias que outros ainda não viram!