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Todo mundo
Todo mundo mora,
Somente eu me escondo,
Num barraco málafrojado,
Em meio a uns brongos,
Lá pelos congos,
Todo mundo come,
Somente eu não como,
Eu passo fome de doer,
Fazendo eu me esquecer,
Até o meu próprio nome,
Todo mundo dança,
Aos sons das melodias,
Já eu danço ao sofrer,
Por só poder colher,
Amarguras no dia-a-dia,
Todo mundo é sol e brilha,
Só eu não brilho não,
Eu sou o breu, pai da escuridão,
Sou fim de nenhuma trilha,
Perdida na amplidão,
Todo mundo acerta
O seu alvo desejado,
A mim o que me resta,
É disparar pra todos os lados,
Sou ou não sou um coitado?
Todo mundo ama
E, é correspondido,
E eu vivo em meio à lama,
Nunca ninguém me chama,
Sou caranguejo num mangue esquecido.
A todo mundo tudo,
Ainda que pareça eu invejar,
Eu não me canso de falar,
Isso é um absurdo,
Não vejo a hora de tudo me encontrar.
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Poesia :
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