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Trecho de um conto de minha autoria: ERRO FATAL

ERRO FATAL

Já era madrugada. Em poucas horas seria a manhã de um domingo. Eu me encontrava em uma boate suja, no subúrbio da grande cidade, afogando as mágoas de um relacionamento desfeito. Já se escasseavam as pessoas no local, apenas alguns embriagados como eu mesmo, umas prostitutas em uma mesa ao canto, poucos jovens dançavam, embalados pela droga e o álcool. Os garçons, visivelmente cansados, se desproviam de cortesias e sérios, começavam a empilhar as mesas.
Eu me preparava para pagar a conta, tentando manter o resto de lucidez que me havia sobrado, quando ela entrou. Aparentava no máximo trinta anos, a pele alva sem marcas, dotada de uma elegância nata. Vestia roupas simples e comportadas, o longo cabelo castanho muito bem cuidado, maquiagem discreta. A imagem da moça era um verdadeiro contraste naquele ambiente. Dirigiu-se até o balcão, pediu uma cerveja e cigarros, e de repente, os garçons se animaram.
Ela sentou-se em uma mesa afastada e começou a beber. Nem os mais ousados tiveram coragem de se aproximar. Fiquei a observá-la de longe. Não chorava, apenas fumava muito. Intrigava-me o que uma mulher com aquela classe fazia em um lugar degradante como aquela boate, sozinha, sendo tão tarde. Tive ímpetos de me apresentar, tentar conversar, mas não saí do lugar. Ela era a própria imagem da solidão, e parecia ter uma armadura em sua volta.
Chamei o garçom e paguei, porém, me mantive onde estava.
Ela pediu outra cerveja e tomou rapidamente. Ficou por um tempo olhando o nada, levantou-se, pagou no balcão, deu uma gorjeta e em silêncio, saiu. Não me contive e a segui. Talvez pela sua fragilidade de mulher, pensando mesmo em protegê-la. Estava a pé e andava com passos firmes na calçada, braços cruzados, cabeça baixa. A brisa mexia com seus cabelos.
Peguei o carro e apesar de não estar muito sóbrio, fui devagar pela rua ao lado dela e ofereci uma carona, alertando para os perigos do local. Para minha grande surpresa, ela aceitou. Entrou e sentou-se, colocando o cinto de segurança, mantendo-se em um silêncio desconfortante. Perguntei onde queria ir, se para sua casa, onde era, este tipo de coisa.
Ela respondeu que não sabia, mas que para casa não, ela não queria. Que eu a levasse para qualquer lugar, podia mesmo ser a minha, a não ser que algo me impedisse, e se assim fosse, que a deixasse na rodoviária.
Eu concordei e lhe expliquei que morava sozinho. Ela não fez mais nenhum comentário.

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sábado, outubro 3, 2009 - 15:54

Poesia :

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Gisa

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Comentários

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Re: Trecho de um conto de minha autoria: ERRO FATAL

Não Marne, talvez algum texto parecido. Este trecho, é a primeira vez que coloco. Beijos

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Re: Trecho de um conto de minha autoria: ERRO FATAL

Gisa!
ERRO FATAL

Mas eu estou vendo agora, que este texto, eu já li e comentei anteriormente!
Colocaste ele duas vezes?
MarneDulinski

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