TU I

TU I

Como vinhas sempre tal como o vento sopra,
No meio de uma tempestade,
Pensei que na tua alma,
Voassem pétalas de rosas,
Sempre que desabrochasse,
Um cravo em meu peito.

Seria a ternura dos teus sorrisos,
Dirigida a mim ?
Ou estarias, nesses momentos,
A pensar em alguém muito especial para ti,
E que não era eu ?

Porque é que as tuas lágrimas a rolarem pela tua face,
Se pareciam tanto com o orvalho a cair ?

Como podia ser,
Que a madrugada parecesse nascer em ti, também ?

Quantas vezes disse para mim mesmo :
Veio com a brisa,
O vento há de levá-la,
Para outros horizontes !

Haverá nascer e pôr do sol nesses teus olhos da cor do céu ?
O mar ouvir-se-á na tua voz a sussurrar,
Tal como se escuta nos búzios ?

Mais valeria ser refém do teu corpo e do teu sorriso,
Toda a minha vida,
Do que nunca mais te voltar a ver…

Terão as tuas quatro estações do ano,
Noites e dias de equinócio,
Em que o mar dentro de ti,
Rebente com tudo,
À excepção das gaivotas que, entretanto,
Se libertarem ?

Não, não me deixes não !

Pois eu quero cantar-te ao vento,
Na esperança de um dia,
Ouvires os meus poemas,
Levados até ti pela brisa…