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Um cego (Jorge Luis Borges)

Não sei qual é a face que me mira

quando miro essa face que há no espelho;

e desconheço no reflexo o velho

que o escruta, com silente e exausta ira.

 

Lento na sombra, com a mão exploro

meus traços invisíveis. Um lampejo

me alcança. O seu cabelo, que entrevejo,

é todo cinza ou é ainda de ouro.

 

Repito que perdi unicamente

a superfície vã das simples coisas.

 

Meu consolo é de Milton e é valente,

porém penso nas letras e nas rosas.

Penso que se pudesse ver meu rosto

saberia quem sou neste sol-posto.

 

José Luis Borges, poeta argentino.

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domingo, maio 29, 2011 - 18:50

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AjAraujo

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