Uma Cruz

Eu sinto o peso da cruz que carrego,
Mas ainda não escolhi o meu calvário
Não lastimo um grande pecado, e não nego,
Que foi num dia comum, sem determinar horário...
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Minha consciência prega-me fugaz,
Preso em madeira nobre, mas que triste nobreza
A impaciência de um monstro mordaz,
Que come a valentia, e rumina a fraqueza...
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O amor-próprio é um dirigido amor,
Que me acusa por suas lágrimas derramadas
Mas palavras não me prendem, se pretende supor,
Que sou um morto-vivo, e já não lhe valho nada...
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Tenho uma cruz solitária na encruzilhada,
Que faz sombra para um caminhante errante,
E descansa seu corpo após uma longa jornada
Ainda dizem que de Deus ele é um semelhante...
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Deus e o Diabo travam uma titânica guerra,
Outra guerra santa entre Judeus e palestinos
A minha cruz sólida está cravada na terra,
Onde o amor e o ódio cruzam os destinos...
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Não lhe ofereço meu sorriso como picardia,
Não me vale nada este jogo de falsidade
Pois minha energia resume-se a cada dia,
E crucifica-me com os olhos de bondade...
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Não peço, não reclamo, e assumo meus erros
Falar a verdade é mais do que eu lhe propus
É difícil sonhar na companhia de pesadelos
E ver que no final do dia, ainda carrego minha cruz...